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30.10.2014 16:17

Dicas do Professor Germano - Bem vindo à Cuiabá?
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Vamos atiçar seu conhecimento no que diz respeito à crase.
 
Bem-vindo a Cuiabá
                ou
Bem-vindo à Cuiabá?
 

Importante é saber, para sempre, que os nomes de cidade, embora sejam femininos – a maioria absoluta o é –, rejeitam o artigo definido. Observe: Sou de Lins. Fui a Lorena. Morei em Várzea Grande. Ele se mudou para Salvador.

 

Em nenhuma dessas frases, a preposição requerida pelo verbo que a antecede se associa com o artigo definido a, porque, a bem dizer, este artigo inexiste.

 

Diante dessa constatação, devo escrever sem titubear: Bem-vindo a Cuiabá.

 

Não se esqueça: no mais das vezes, a crase resulta do somatório – o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) consigna também somatória, como substantivo feminino – da preposição a com o artigo a. Não havendo uma dessas condições, o fenômeno não se concretiza: Refiro-me a Rondonópolis.

 

Para seu conhecimento, poucas cidades abraçam o gênero masculino: Rio de Janeiro, Porto (Portugal) e Cairo (Capital do Egito). Sempre acompanhadas do artigo: estive no (em + o) Cairo, o Rio de Janeiro é lindo, venho do (de + o) Porto. Mais dia menos dia, Recife vai engrossando esse seleto grupo. Hoje posso afirmar sem medo de errar: Fiz uma excursão a/ao Recife. Uma e outra forma são igualmente corretas.

 

Se você atentar bem, concluirá que o nome dessas cidades proveio de termos comuns, concretos: o rio, o porto, o cairo (fibra da casca do coco para fazer cordas). Por igual, o recife.

 

Bem-vindo a Cuiabá de Dom Aquino

                       ou

Bem-vindo à Cuiabá de Dom Aquino?

 
E agora, como ficamos? Essa língua portuguesa...
 

Em relação à regra estampada acima, se ao nome de cidade adiciono algo que o particularize, que venha a especializá-lo, devo usá-lo com o artigo. Se digo: A Lisboa de Camões, com artigo definido, também devo escrever: Reporto-me à Lisboa de Camões. No caso, há fusão da preposição a – exigida pelo verbo reportar-se a – com o artigo definido a.

 

Nessa esteira, certo mesmo é escrever: Bem-vindo à Cuiabá de Dom Aquino.

 
Outros exemplos:
 
Fui à Curitiba de meus avós.

Fiz alusão à São Paulo atual, não à antiga.

Pretendo viajar à histórica Ouro Preto.

No livro, o autor se referia à Roma dos Césares.

   
Basta!
 

Professor Germano Aleixo Filho,
Assessor Especial da Presidência do TJMT.