Poder Judiciário de Mato Grosso
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27.02.2015 18:11
Consultório médico garante dignidade a presos
A inauguração de um consultório médico e odontológico na Cadeia Pública de Campo Novo do Parecis (396km a noroeste de Cuiabá), na tarde desta sexta-feira (27 de fevereiro), vai garantir um tratamento mais humano e digno a 204 presos. O atendimento in loco possibilitará que 100% dos internos tenham suas dores e enfermidades tratadas. Antes, apenas os casos mais graves eram encaminhados e cuidados nos postos de saúde por causa da limitação do efetivo de agentes prisionais para a escolta.
Agora todos os presos poderão se consultar com um clínico geral que estará no local pelo menos duas vezes por semana para tratar os mais variados problemas de saúde encontrados naquele ambiente, dentre eles gripe, doenças respiratórias, de pele, alergias, hérnia de disco, entre outros. O consultório também vai possibilitar um acompanhamento mais rigoroso dos portadores de tuberculose e do vírus HIV.
Os reeducandos também poderão ser examinados pela dentista que atenderá semanalmente para realizar obturações e extrações. Nas primeiras vezes os profissionais focarão os trabalhos nas emergências e urgências, depois farão uma revisão em todos os internos. O diretor da cadeia, Edivano Trindade Souza, conta que os internos têm muita dor de dente porque são usuários de drogas e descuidaram da higiene pessoal.
Na cerimônia, o juiz Alexandre Delicato Pampado, da Vara de Execuções Penais, destacou que a carência na cadeia é muito grande e que oferecer cuidados de saúde é uma questão de humanidade. Já a presidente do Conselho da Comunidade, Fátima Elanda de Camargo, assinalou que acredita que ações humanitárias e humanizadoras como esta influenciam inclusive no comportamento dos presos. “À medida que a pessoa presa é cuidada com mais atenção, ela se torna mais humana também. Isso é fundamental para recuperação do preso, assim como o trabalho com artesanatos que já é desenvolvido”, disse.
O prefeito de Campo Novo do Parecis, Mauro Valter Berfet, endossou as palavras do magistrado e de Fátima. “Essas pessoas que estão aqui na cadeia perderam a liberdade, mas não perderam o direito à saúde. São seres humanos e merecem tratamento digno. Não cabe a nós julgá-los”, observou. O gestor observou ainda que esta é uma obra singela em termos de recursos investidos, mas faz uma grande diferença e por isso “é uma imensa obra social”.
As salas destinadas ao consultório já existiam. Lá funcionava a Delegacia da Polícia Civil. Elas foram reformadas, receberam pintura, azulejos e gesso. Também foram equipadas com cadeira de dentista, compressor, cadeira comum, aparelhos de ar-condicionado novos, maca e armário para armazenar os prontuários e medicamentos.
A obra foi realizada graças à ação do Poder Judiciário em parceria com o Conselho da Comunidade, a Prefeitura e o Ministério Público. A Justiça destinou recursos oriundos de transações penais, o Conselho da Comunidade destinou a renda de um minimercado que administra na cadeia e a prefeitura doou a cadeira de dentista e cedeu os profissionais de saúde.
O magistrado Alexandre Pampado agradeceu a colaboração dos parceiros e destacou que essa união de esforços foi fundamental para a concretização do projeto.
Glaucia Colognesi
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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