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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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26.09.2019 15:22

Encontro nacional em Cuiabá discutirá políticas de enfrentamento à violência doméstica
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 O Poder Judiciário de Mato Grosso está reunindo em um só local, na sede do Tribunal as boas práticas dos estados no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. Representantes de 21 estados compartilham as ações que estão desenvolvendo para combater a violência durante o I Encontro do Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário Brasileiro (Cocevid), que ocorre nesta quinta e sexta-feira (26 e 27 de setembro). Além disso, os participantes vão auxiliar e criar a polícia nacional do enfrentamento da violência doméstica.
 
Para falar sobre o evento, a presidente em âmbito nacional do Cocevid, desembargadora mato-grossense Maria Erotides Kneip falou à imprensa sobre a programação e a importância do engajamento e da união das coordenadorias de todos os tribunais. Ela estava acompanhada dos membros da Comissão Executiva do Colégio, composta por magistrados de quatro Estados.
 
Em Mato Grosso, Maria Erotides Kneip está à frente da Coordenadoria Estadual da Mulher do TJMT e informou que 21 Estados estão presentes no evento. Para a magistrada, é impossível admitir que uma mulher morra única e exclusivamente pelo fato de ser mulher. “Hoje não dizemos mais que a mulher vive em ciclo de violência, dizemos que vive num contexto de violência, que é muito difícil de vencer. Há um caldeirão cultural criado pelo patriarcado que sustenta essa violência”, afirmou.
 
E é nesse sentido que a programação foi desenvolvida, para que o que está sendo desenvolvido pelos tribunais do Brasil sirva de exemplo, como troca de experiências para que possam ser executadas ações estruturantes em todo país. “Para nossa honra estamos realizando o evento com todo apoio do nosso presidente, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, que tem uma grande visão quanto à necessidade desses encontros e do judiciário chegar à sociedade e estar mais perto da população”, falou Maria Erotides Kneip.
 
A vice-presidente do Cocevid, desembargadora Daisy Maria de Andrade Costa Pereira, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, ressaltou que as políticas públicas já implementadas em outros tribunais serão de grande valia para serem utilizadas em cada Estado, se adaptando às realidades locais. “Viver esse momento em Cuiabá é singular. O que percebo que é tão relevante é que a gente consegue identificar que todos os tribunais, dentro da própria peculiaridade faz o papel de implementar essa política de enfrentamento à violência contra a mulher. Essas boas práticas chancelam e reforçam o quão bem sucedido será esse evento”, salientou.
 
Com mais de dez anos, a Lei Maria da Penha trouxe a responsabilidade social dos tribunais e a judicialização. Foi o que pontuou a desembargadora Lenice Bodstein, do Estado do Paraná e primeira-secretária do Colégio. “Estamos num momento histórico, tempo de mudar e de criar. Ao longo desses anos precisamos recriar e otimizar esse trabalho, que, por meio das coordenadorias, já está implementado. Poderemos aproveitar as boas práticas e trazer um trabalho de maior qualidade e também implementar junto aos nossos tribunais essas novas tendências de atendimentos”, avalia.
 
Segundo-secretário do Cocevid, o juiz Álvaro Kalix, do Estado de Rondônia, falou da importância do compartilhamento das informações entre os tribunais por meio dos debates, atuando de forma conjunta com os bons exemplos desenvolvidos em todo Brasil. “A violência contra a mulher é um problema muito sério, de uma complexidade ímpar, que demanda muitas vezes a criatividade do Poder Judiciário e das Coordenadorias das Mulheres para a implementação das políticas públicas pretendidas pelo Conselho Nacional de Justiça, mas também faz a interlocução com a sociedade e outros órgãos que integram esse conjunto de organismos da rede de enfrentamento a violência contra a mulher”, discorreu.
 
Para a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Sueli Magalhães, tesoureira do Cocevid, essa será uma oportunidade de intensificar o trabalho de enfrentamento à violência contra a mulher. “Essa é uma feliz iniciativa da nossa amiga desembargadora Maria Erotides. Estamos aqui para agregar, para compartilhar todas as nossas práticas que são importantes e úteis no combate à violência doméstica. O Estado do Rio de Janeiro está trazendo as iniciativas num esforço grande de envolver os colegas e cada vez mais intensificar nosso trabalho voltado para a violência contra a mulher. Estamos orgulhosos de estarmos presentes aqui nesse encontro”, disse.
 
Após a cerimônia de abertura nesta quinta-feira, os trabalhos terão início com a palestra "ODS 5 da Agenda 2030/ONU: Gestão Integrada de dados e plano de ação para reduzir ou prevenir a judicialização", com a conselheira Maria Cristina Simões Amorim Ziouva, supervisora da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica contra as Mulheres. Ela vai abordar a questão da igualdade de gênero. “Essa é uma pauta que interessa a toda sociedade, a nossa Constituição, as convenções internacionais, todas falam em igualdade de direitos entre homens e mulheres. Isso precisa pautar as nossas ações, as ações da coordenadoria, dos tribunais, do Poder Judiciário do país”, reiterou Maria Erotides Kneip.
 
A programação terá continuidade na sexta-feira (27), a partir das 9h. Veja o cronograma completo AQUI.
 
Após todas as palestras serão realizados debates, votação dos encaminhamentos, deliberações e a Carta de Cuiabá.
 
Dani Cunha/Fotos: Alair Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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