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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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27.09.2016 17:59

Constelação propõe novo olhar para litígio
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A metodologia de constelação familiar que vem sendo utilizada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso está sendo muito bem recebida pelas partes que se encontram em litígio e recebem um olhar diferente a respeito do seu conflito judicial. Jaqueline Fernandes Akerley é uma dessas pessoas que passou pelo método terapêutico na tarde desta segunda-feira (26 de setembro), no Fórum de Várzea Grande. Ela achou a iniciativa muito interessante.
 
O processo dela refere-se à guarda do seu filho, que tem autismo. “Eu achei legal. Saí me sentindo aliviada falando coisas sobre família, pai, mãe, irmãos. Tem um jeito mais fácil de resolver o problema, enxergar as pessoas de forma diferente. É bom ter amor para dar. Criar um filho especial é totalmente diferente. Como não tive amor de pai e mãe, quero dar esse amor ao meu filho”, afirmou.
 
O advogado Giuliano Bertucini defende três irmãos em um processo de sonegação de bens cujo réu é o tio deles, que escondeu a existência de vários terrenos deixados no inventário do pai que faleceu quando eles eram crianças. Os irmãos e o tio participaram da oficina, juntamente com o advogado que a assistiu pela primeira vez.
 
Para Giuliano, a constelação é muito interessante e válida, sobretudo em questões familiares que sobressaem o âmbito do Direito. “Tudo que o Judiciário tentar fazer para harmonizar, para tentar uma conciliação em ações tão difíceis como esta, é válido. O método realmente é diferente e deve continuar”.
 
Nenhum dos clientes de Giuliano quis conceder entrevista ao TJMT, pois estavam visivelmente abalados com a representação de seu caso feita pelos voluntários. Para quem ainda desconhece a oficina que integra o Direito Sistêmico, o trabalho é feito através da representação de cada figura parental e de componentes importantes do processo que se movimentam dentro do ‘campo’ (espaço central da sala onde acontece a constelação). Com base nesses movimentos, são interpretadas as razões para o conflito que se encontra na Justiça.
 
Em dado momento, as partes se localizam dentro de sua própria história e assumem seu papel na dinâmica, completando os movimentos que se baseiam na vibração energética de cada um dos integrantes da constelação.
 
“Os representados trazem através do campo, isto é, algo bem quântico, campo morfológico, informações pertinentes a cada situação que eles representam. Isso vai elucidando o que acontece. Aquilo que não era visto antes passa a ser visto. À medida que aquilo é visto, vem a consciência e o olhar muda. Sai de um conflito de razão para olhar profundamente para dentro de si”, explica a facilitadora da oficina, Neiva Klug.
 
Mesmo com os relatos positivos de benefícios aos jurisdicionados, a constelação familiar é criticada por ser associada ao misticismo, religião e crenças pessoais. A juíza da Terceira Vara Especializada de Família e Sucessões de Várzea Grande, Jaqueline Cherulli, defende a ciência desenvolvida pelo missionário alemão Bert Hellinger e alega que esta é a vanguarda do Direito.
 
“É o novo chegando. Tudo que é novo tem resistência. Às vezes é mais fácil criticar do que eu parar e me inteirar do que é, de onde veio, se tem dado resultados, onde já se aplicou. É até bom que as pessoas não acreditem, façam uma pesquisa e busquem como tem mexido com o Judiciário. É um trabalho de ponta que vem atender o que hoje o Direito Processual Civil tem como visão de solução, pacificação e resolução. É uma Justiça humanizada, que está mais próxima das partes e tenta mostrar um caminho, uma luz e uma solução”, orienta.
 
Nesta segunda-feira (26 de setembro), foram constelados oito processos relativos à dissolução de união estável, divórcio, execução de alimentos, destituição de poder familiar, maus tratos de menores, dentre outros. As constelações de processos que tramitam nas Varas Especializadas de Família, Violência Doméstica e Infância e Juventude de Cuiabá e Várzea Grande são realizadas mensalmente no Fórum de Várzea Grande e no Complexo Pomeri. As próximas sessões estão agendas para o dia 7 de outubro, no Pomeri, e 21 de outubro, no Fórum de Várzea Grande.
 
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Mylena Brun
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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