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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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09.10.2018 10:13

Oficina de parentalidade busca restabelecer laços
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Um olhar de forma diferenciada sobre a separação conjugal, com abordagem que mostra que o fim de um relacionamento ocorre entre os pais, mas não em relação aos filhos. Esses são uns dos conceitos instrumentalizados na Oficina de Pais e Filhos, que ocorreu na sexta-feira (5 de outubro), na Escola dos Servidores, em Cuiabá. Promovida pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos e Cidadania (Nupemec) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a oficina de parentalidade auxilia os casais a passar pela ruptura da união de forma mais tranquila, para que os conflitos não atinjam os filhos.
 
Para essa oficina foram convidados 48 pais e mães, encaminhados pela Vara de Família e Sucessões da Capital, Cejusc da Vara da Infância e Juventude, Defensoria Pública e Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá.
 
A iniciativa trabalha reflexão dos pais, o olhar preventivo para o não conflito, a dinâmica acerca da família, exercícios da comunicação não violenta e a comunicação familiar. Também são apresentados conceitos, slides e vídeos sobre família, alienação parental para reflexão por meio de exemplos reais para que os pais participantes tenham informações sobre o que estão vivenciando e os conflitos que não devem existir.
 
São assuntos relacionados à guarda compartilhada e alienação parental, conflitos mais comuns quando um relacionamento é desfeito. Um dos facilitadores da oficina, Ubiracy Nogueira Félix explica que o propósito é levar informações para que esses casais consigam passar pelo divórcio de forma mais tranquila e como eles devem proceder com o ex-companheiro e principalmente com os filhos.
 
“O objetivo é informar aos casais que estão na situação de separação que eles podem conviver, de forma separada, mas cuidando de seus filhos. A consequência do divórcio é o que gera o trauma para os filhos. Na separação as pessoas não percebem o quanto elas brigam e quanto a consequência disso é negativa para os filhos. É importante que eles aprendam como deve ser a conduta deles. O judiciário tem contribuído com muitas famílias. Isso podemos ver ao final de cada oficina quando alguns laços são restabelecidos”, comentou.
 
Raquel Fernandes* participou pela primeira vez da oficina. Separada há sete anos e divorciada à cinco, ela relata que o ex-marido sempre foi ausente na vida das filhas de sete e nove anos, porém nos últimos meses demonstrou interesse em participar mais da vida das crianças. Com isso, as meninas passavam fins de semana alternados na casa dele. A mais velha, principalmente, voltava da casa do pai dizendo que não queria mais viver. Foi então que a mãe procurou o Juizado da Infância e Juventude para pedir orientação.
 
Ele tem muita raiva, fazia alienação parental e dizia às minhas filhas que se elas não ficassem quietas sobre as coisas que ele falava sobre mim ia ‘tomar’ a guarda delas. Fazia tortura psicológica com elas. Procurei o Juizado e lá tivemos apoio da doutora Gleide Bispo e de psicólogos”, contou.
 
Raquel disse estar gostando da oficina de parentalidade, pois consegue identificar também suas próprias falhas. Para ela essa experiência é de grande valia e espera que o ex-marido, que também estava presente, aprenda o que foi repassado. “A gente se sente fragilizada, mas está sendo muito bom. Sentir esse respaldo é muito importante. Espero ter harmonia com o pai das minhas filhas para a gente conviver melhor”, acrescentou.
 
A filha mais velha, Larissa* falou que sabe o motivo de estar participando da oficina. Com os olhos baixos e tristes, a menina, esperta e perspicaz revelou que aprendeu sobre a importância da família e que estava ali para saber como lidar com a situação pela qual ela e a irmã estão passando. “Meus pais estão separados e aqui estou aprendendo que tenho que me reaproximar dele. É uma coisa difícil de enfrentar, mas acho que a oficina vai me ajudar a resolver esse problema”, finalizou.
 
*Nomes fictícios
 
Dani Cunha (Texto e fotos)
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3393/3394/3409