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15.08.2019 15:35
Araguaia Cidadão: visitantes aprovam projeto ‘Inclusão Literária’Aos 14 anos, a rotina do estudante Vinícius Rodrigues é corrida. Ele frequenta o nono ano da Escola Estadual Arlinda Pessoa Morbeck, no município de Alto Araguaia, a 415 km de Cuiabá, e também tem atividade extracurricular a cumprir. Na última terça-feira (14 de agosto), ele estava passando pelos arredores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e, ao ver a grande movimentação de pessoas no local, resolveu entrar e ver o que estava acontecendo lá dentro.
Das diversas salas que ofertavam serviços e concentravam aglomeração de pessoas, um estande despertou a atenção dele: uma grande banca de livros, ciceroneada pelo historiador Clovis Matos. Ali, Vinícius se tornou cliente do projeto “Inclusão Literária”, desenvolvido desde 19 de novembro de 2005 e parceiro da expedição Araguaia Cidadão.
“Vi que tinha muitos livros e vim aqui para ver. Gosto de ler, principalmente livros de ação”, conta o garoto. Ao saber que poderia levar uma daquelas publicações para casa, ele ficou ainda mais contente. Do dilema inicial entre levar o ‘O caso dos dez negrinhos’, da famosa autora britânica Agatha Christie, e o livro ‘Refém’, de Roberto Crais, o estudante acabou optando pela narrativa do norte-americano. “Esse projeto é uma oportunidade de ajudar e incentivar a leitura. Pra quem gosta de ler, é bom demais”, destaca Vinícius.
A banca de livros também despertou a atenção da pequena Maria Eduarda Nunes, de 11 anos, do sexto ano da Escola Estadual Arlinda Pessoa Morbeck. Ela disse que já sabia que encontraria os livros no evento e ainda estava em dúvidas sobre o que levaria para casa. “Gosto de ler livros de aventura e gibis. Poder escolher um aqui é muito bom.”
Fascínio – Clovis Matos, também conhecido como Papai Noel pantaneiro, trouxe para a expedição Araguaia Cidadão aproximadamente 2,3 mil livros e publicações para serem distribuídos ao longo do percurso, nas cidades de Alto Araguaia (13 e 14), Araguainha (15 de agosto), Ponte Branca (16 de agosto), Ribeirãozinho (17 de agosto), Torixoréu (18 de agosto) e Pontal do Araguaia (19 e 20 de agosto).
“Acho que qualquer livro que você pegue, ainda que sejam esses que a meninada gosta, como Guerra dos Tronos e Harry Potter, tem conhecimentos inimagináveis. Nós talvez não tenhamos o mesmo ganho que um adolescente tem ao ler um desses livros. Então, livro é um grande instrumento de transmissão de saberes e de culturas. É fascinante trabalhar com esse projeto, é a segunda caminhada minha com o ‘Ribeirinho’, vamos dizer assim, com essa estrutura grande que viaja e tal, mas há muitos anos eu participo com o Programa Justiça Comunitária, com o dr. Tony. Já participei de várias edições e acho fantástico. Toda vez que eu vou, falta livro”, assinala Clovis.
Segundo ele, uma experiência o deixou fascinado no ano passado. “Eu faço o Papai Noel pantaneiro e todo pacotinho de presente que eu levo, que tem um brinquedo, tem um livro junto. Eles estão recusando o brinquedo e pedindo livro. É tudo que eu quero! Me pedir livro, ‘ah, eu quero um livro Papai Noel, não quero o brinquedo, pode guardar...’ É isso que eu quero, está dando resultado, e esse tipo de resultado que eu espero”, avalia.
Para o historiador, a iniciativa de levar livros a municípios isolados, como os do Pantanal e do Vale do Araguaia, é fantástica. “Se as pessoas que frequentam shoppings muitas vezes não têm dinheiro para comprar livro, imagina as pessoas de cidades pequenas. Criei o projeto pensando nisso. Estive aqui em Alto Araguaia há 30 dias e deixei 800 livros de graça. Levar leitura à população, esse é o objetivo do projeto”, finaliza.
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Lígia Saito (texto e fotos)
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