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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
Notícias

07.02.2020 17:00

Arborização das cidades e ilhas de calor são discutidas em workshop sobre sustentabilidade
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“O Brasil é o país com a maior biodiversidade de plantas e animais e, mesmo assim, 90% da vegetação urbana é de origem estrangeira. Como que um país que tem a maior biodiversidade do mundo importa planta para conviver com as pessoas? Não faz sentido, é como se um bilionário pedisse esmola para almoçar. A história do paisagismo brasileiro mostra que o nativo é desvalorizado como se não representasse bom-gosto, mas não devia ser assim. Temos uma erosão cultural enorme.”
 
Essas e outras explanações foram feitas pelo biólogo Ricardo Cardim, durante a palestra ‘Paisagismo e Arborização Sustentável’ no I Workshop Clima, Arborização e Sustentabilidade, promovido pelo Projeto Verde Novo. O evento é realizado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso nesta sexta-feira (7 de fevereiro) e sábado com a plantação de mudas no bairro Santa Helena, na alça de acesso ao viaduto da Rodoviária.
 
Na ocasião, ele destacou também que a maioria da população brasileira não conhece as frutas e plantas nativas da região e, por isso, não consegue valorizar o que é da terra. Como exemplo, ele explica que dentre as 20 frutas mais consumidas pelos brasileiros, apenas duas são nativas do Brasil, o abacaxi e o maracujá.
 
Como uma forma de mudar a realidade da arborização urbana, Cardim criou e implanta nos projetos de paisagismo que desenvolve a chamada Floresta de Bolso. A técnica consiste restaurar a evolução original das florestas, o que proporciona um crescimento mais rápido das plantas, menor índice de perdas das mudas, baixo consumo de água e menos manutenção. A minifloresta é adaptada à escala urbana e pode ser implantada em pequenos espaços a partir de 15m2.
 
Esses espaços arborizados ajudam a eliminar as ilhas de calor que existem nas cidades hoje em dia. Foi o que explicou o segundo palestrante da manhã, Henrique Manholi, mestre em geografia física na palestra ‘Ilhas de Calor em Cuiabá’. Ele ressaltou que as cidades cresceram muito ao longo do tempo, entretanto, sempre pensando no capital [dinheiro] e não na população.
 
“O conforto térmico urbano depende da arborização local. Nós temos uma variedade enorme de plantas nativas do cerrado, mas vemos que a arborização de Cuiabá não é regional. As ilhas de calor são criadas pela urbanização da cidade que está atrelada ao uso de massa asfáltica, poluição dos carros e construção de prédios, por exemplo. Todos esses eventos contribuem para que certos locais tenham sua temperatura aumentada artificialmente. Esse é um evento exclusivamente urbano, não se encontra ilhas de calor fora da cidade. Por isso a arborização é importante.”
 
Verde Novo – Os dois palestrantes ressaltaram o quanto é expressivo uma Instituição como o Poder Judiciário de Mato Grosso defendendo a questão ambiental e difundindo informações para preservar e melhorar o meio ambiente urbano.
 
Ricardo Cardi parabenizou o projeto Verde Novo ao afirmar que entende que a arborização urbana é uma questão prioritária de saúde, pois é tão importante quanto ter uma água saudável e uma boa alimentação. “Campanhas como essas é meio caminho andado para a mudança de cultura do brasileiro. Precisamos conquistar o coração dos cidadãos para que eles entendam que tão importante quanto cuidar da Amazônia é cuidar da árvore em frente de casa.”
 
Já Henrique Manholi pontuou que a como a construção da cidade é uma decisão política um cidadão sozinho não consegue ser ouvido a não ser que esteja junto com uma instituição respeitada. “O Poder Judiciário, como membro da gestão pública, nos mostra que tem interesse nessas pesquisas urbanas e ambientais. Ações como essas nos diz que há uma luz no fim do túnel e que um dia ainda podemos ter uma qualidade de vida melhor que temos hoje dentro da cidade onde moramos.”
 
Leia mais sobre o assunto:
 
Judiciário reúne especialistas para debater clima, arborização e sustentabilidade
 
Keila Maressa/ Fotos: Alair Ribeiro
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