Poder Judiciário de Mato Grosso
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15.06.2022 18:25
Métodos autocompositivos: Judiciário de MT investe em mudança cultural da SociedadeO Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Poder Judiciário de Mato Grosso vem investindo na mudança cultural que envolve a aplicação da conciliação, mediação, arbitragem e autocomposição, algumas das formas de pacificação social, utilizadas pelo Poder Judiciário. A saída envolve muito mais do que a atuação judiciária, envolve a mobilização social e o esclarecimento aos novos operadores do Direito. Para isto, visitas às subseções da OAB, conversas com promotores e defensores e principalmente parcerias com instituições de ensino tem sido feitas no trabalho de conscientização. O Nupemec é um dos parceiros do Programa Corregedoria em Ação, que visita os polos judiciais em busca de ouvir operadores do Direito e usuários da Justiça para a melhor entrega da prestação jurisdicional. A atuação do Nupemec envolve a Meta 3 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que pretende estimular a conciliação nas esferas judiciais (Estadual, Federal e do Trabalho). Na próxima semana entre 22 e 24 de junho, os parceiros estarão no Polo X, Juína.
O Corregedoria em Ação tem como parceiros o Nupemec, a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher) e a Vice-Presidência nos esclarecimentos, divulgação e promoção dos melhores métodos para a atividade jurisdicional. No último polo que foi visitado, o de Alta Floresta, o presidente do Nupemec, desembargador Mário Roberto Kono de Oliveira conversou com advogados na Subseção da OAB. “É um movimento que tem apresentados bons resultados. Consideramos que irá desafogar o sistema e que fortalecerá a Pacificação Social“, pontuou a presidente da Subseção da OAB, Lourdes Navarro.
O trabalho de conscientização em Alta Floresta também envolveu servidores e magistrados no Fórum local e alunos da Universidade de Mato Grosso (Unemat) e da Faculdade de Direito de Alta Floresta (Fadaf). “Em Direito Público é permitido usar métodos compositivos? Em uma ação proposta pelo MP, que ele peça melhores condições a uma escola. Uma biblioteca, acessibilidade. Sim é possível. Ação de improbidade administrativa. Também é possível. Temos várias possibilidades. E devemos aproveitar ao máximo esta oportunidade, pois elas são as únicas que geram a pacificação social, pois as partes envolvidas é quem promovem o acordo”, explicou o desembargador Mario Kono. O magistrado disse que embora seja antiga a composição entre as partes a legislação continua sendo avançada. “Até 2019 era proibido. No final de 2019 houve uma reforma e hoje já mostram como os acordos devem ser feitos”, disse o desembargador. Já o gestor do Cejus, João Gualberto Neto, explicou as diferenças das unidades e revelou números em Mato Grosso. “O Nupemec é o órgão gestor dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos (Cejuscs), que ficam nas comarcas. Aqui nós temos um que é ótimo. Atualmente Mato Grosso tem 49 Cejuscs”, contou João.
“Como aluna ganho, vendo a prática real e aprendendo mais e mais sobre essas possibilidades. Como secretária do Núcleo de Práticas Jurídicas percebo o amadurecimento de todos em prol deste tema. É uma forma de promovermos a verdadeira pacificação social“, considerou a aluna do 10º Semestre de Direito da Fadaf, Valéria Bueno, faculdade que tem 385 alunos nos Campi de Alta Floresta, Carlinda e Paranaíta. O diretor da faculdade reforçou. “Traz a resposta ao cliente, ao autor, a todas as partes dos processos, então, como o próprio desembargador disse, traz agilidade e rapidez na resolução dos conflitos. Todos ganham, mas o mais importante é a sociedade que ganha celeridade nos serviços”, disse Dakari Tessmann coordenador do Curso de Direito da Fadaf. A professora do Núcleo de Práticas Jurídicas, Queiliane Vieira Mendes Vaz, defende que os acadêmicos necessitam ter o contato externo com vivências diferenciadas. “Isso só vai contribuir com a qualidade dose profissionais. A partir do momento em que a sociedade tenha contato com um profissional que já tenha este conhecimento lhe será assegurado atendimento por um profissional capacitado e comprometido em de fato, resolver seus problemas”, considerou a professora.
“Quando as pessoas buscam o Judiciário elas já vêm com a intenção de entrar com o processo. Nós devemos repassar as possibilidades geradas pelos métodos consensuais de solução de conflitos. Quando elas descobrem que podem construir um acordo ficam empolgadas, ou seja, devemos desenvolver a cultura da pacificação e as Faculdades e Universidades são bons locais para isto”, disse Mabyanne Martins, gestora do Cejusc de Alta Floresta. “O conflito pode ser trabalhado de forma positiva. Com as faculdades queremos isto. Primeiramente estimular a sua resolução de forma positiva, que isso não se judicialize”, considerou a juíza da Terceira Vara de Alta Floresta, Janaína Rebucci Dezanetti, responsável pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos de Alta Floresta Cejusc.
“Essa parceria é essencial. Estamos atuando onde as coisas iniciam. Com os estudantes, profissionais, operadores do Direito e a própria sociedade. Os resultados estão surgindo e ainda há um enorme espaço a ocuparmos com estas ferramentas que prometem muito na elucidação e ampliação da Pacificação Social”, considerou a juíza coordenadora do Nupemec, Cristiane Padim.
É difícil termos uma previsão de tempo para que percebamos esta mudança, mas ela está ocorrendo e vem do STJ, STF, OAB, MP, Defensoria, e realmente o sistema deve pensar em mudanças. “Pra quem está neste momento a frente do sistema compete fomentar a divulgação e esclarecer esse trabalho que dá ótimos resultados”, acrescentou o presidente do Nupemec, desembargador Mário Kono, que também estará na Comarca de Juína.
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Descrição das imagens: Foto 1- colorida. Foto com 13 pessoas. Todos estão em pé. São advogados e magistrados. Eles usam ternos escuros. As mulheres usam terno e vestido. A presidente está com vestido lilás. O des Kono usa blazer azul e camisa azul clara. O corregedor Zuquim está no centro da foto. Ele usa terno azul escuro, gravata com listras em tons de azul e camisa azul bem clara. Todos olham para a câmera.
Foto2: colorida – o desembargador Mario Kono fala aos estudantes da Fadaf. Ele usa uma camisa manga longa escura e conversa usando um microfone. O salão tem cadeiras vermelhas e está quase lotado. Os alunos e professores estção de costas para a câmera.
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Ranniery Queiroz
Assessor de imprensa CGJ