Acesso à cidadania transforma realidade de indígenas durante a Expedição Araguaia-Xingu
O
brilho no olhar do professor indígena Aldo Waamate Tseredzedze traduzia o
significado da manhã de sábado, dia 4 de outubro, para a comunidade de São José
do Couto, distrito pertencente ao município de Campinápolis. Ele e outros
moradores da etnia que vivem na região enfrentam grandes desafios para
conseguir algo que, para muitos, parece simples: tirar o primeiro documento de
identidade do filho.
“A gente veio aqui para tirar o primeiro RG, porque é difícil levar para outro lugar. Então, esse mutirão é muito bom para fazer o que a gente precisa”, contou Aldo após o atendimento.
Entre sorrisos e cansaço, o professor explicou que o acesso à documentação é um passo importante para garantir direitos e reconhecimento. “A gente busca o serviço em todo lugar, e essa expedição é importante porque traz para a gente. Isso é importante como um diamante”, comparou.
A
confecção de documentos faz parte da 7ª Expedição Araguaia-Xingu, realizada
pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). O projeto leva cidadania,
acesso à Justiça e serviços essenciais a comunidades de difícil acesso.
Além da carteira de identidade, o professor indígena ainda aproveitou os serviços de oftalmologia e outros atendimentos à saúde também ofertados durante a Expedição.
Justiça que alcança a todos
O
coordenador da Justiça Comunitária do TJMT e responsável pela Expedição, juiz
José Antonio Bezerra Filho, destacou que o alcance às populações indígenas
representa uma das maiores conquistas do projeto.
“A Expedição Araguaia-Xingu superou e está superando ano a ano todos os desafios. Entre eles, o de levar a Justiça até a população indígena. Aqui estamos no Baixo Xingu, e essa população carece de muitas fontes de acesso. Hoje temos a Justiça Federal, procuradores da República e defensores públicos da União atuando junto conosco. A cidadania envolve tudo isso e é gratificante ver essa sensibilidade com a população indígena sendo colocada em prática”, ressaltou o magistrado.
A atuação conjunta dos órgãos públicos e parceiros vem garantindo que comunidades historicamente afastadas dos centros urbanos possam resolver pendências, obter informações e assegurar seus direitos.
Documentos que mudam vidas
Segundo
a papiloscopista Joselaine Duarte Gonzaga, da Perícia Oficial e Identificação
Técnica (Politec), a emissão da Carteira de Identidade Nacional (CIN)
representa muito mais do que um documento.
“Essa confecção é levar a cidadania para o pessoal, que aqui são pessoas mais vulneráveis e muitas vezes não têm condições de ir até Campinápolis. A CIN integra todas as informações importantes e é uma forma de facilitar o acesso aos benefícios sociais”, explicou.
Para ela, o sentimento é de missão cumprida, pois “cada documento entregue representa um nome reconhecido, uma identidade registrada é um direito garantido”. A expectativa da Politec é emitir cerca de 200 documentos nos quatro dias da Expedição. Durante os atendimentos, a Politec conta com o apoio de servidores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que realizam a coleta das digitais e capturam as fotos que serão usadas nos novos documentos.
7ª Expedição Araguaia-Xingu
Na
primeira etapa, os atendimentos ocorrem de 3 a 10 de outubro no Distrito São José do Couto, localizado em Campinápolis, e no município de Bom Jesus do Araguaia. Em seguida,
de 3 a 14 de novembro, as ações serão realizadas na Agrovila Jacaré Valente, em
Confresa, no Distrito Espigão do Leste, em São Félix do Araguaia, e no Distrito
de Veranópolis, também em Confresa.
Parceiros
Compõem a lista de parceiros e instituições participantes a Casa Civil, a Proteção e Defesa Civil, a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) — nas áreas de Cultura e Esporte —, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio do programa Imuniza Mais, e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Integram
ainda o grupo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o Juizado Especial
Volante Ambiental (Juvam), o Programa Verde Novo, a Companhia de Polícia
Ambiental de Tangará da Serra, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, o
Detran-MT, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Polícia Judiciária
Civil (PJC), o Exército Brasileiro e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar).
Somam-se aos parceiros a Defensoria Pública de Mato Grosso, o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), o Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (Nugjur) do TJMT, a Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), a Caixa Econômica Federal, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), a Receita Federal, a Aprosoja e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
A relação de colaboradores contempla também a Energisa, as Prefeituras de Campinápolis e de Bom Jesus do Araguaia, além do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que realizará atendimentos no município de Bom Jesus do Araguaia.
Confira as fotos da Expedição no Flickr do TJMT
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Vitória Maria Sena / Foto: Josi Dias
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