Magistradas do TJMT participam de encontro que debate violência de gênero na política
A união entre os poderes
para enfrentar a violência contra a mulher foi o ponto central do 1º Encontro
Estadual da Procuradoria Especializada da Mulher, realizado nesta segunda-feira
(08 de setemnbro) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
O evento trouxe como tema
“Violência de Gênero na Política e Fortalecimento das Procuradorias da Mulher
em Mato Grosso” e contou com a participação ativa do Poder Judiciário de Mato
Grosso, representado por desembargadoras e magistradas, além de parlamentares,
procuradores, defensores públicos e representantes de diferentes instituições.
A desembargadora Maria
Erotides Kneip, coordenadora da Cemulher-MT (Coordenadoria Estadual da Mulher
em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário do Estado de
Mato Grosso), reforçou que a violência contra as mulheres é um problema
cultural que precisa ser enfrentado desde a infância.
“É preciso investir maciçamente
em educação para a igualdade de gênero. Trabalhar desde cedo nas escolas e nos
lares, para que meninos e meninas compreendam que homens e mulheres são iguais
e podem ocupar os mesmos espaços de liderança”, destacou.
Ela também ressaltou o
trabalho das redes municipais de enfrentamento à violência de gênero,
articuladas pelo TJMT, que já somam 75 em funcionamento e devem chegar a 100
até o final de 2025.
“A rede é composta por
instituições públicas e sociais que se unem para agir rapidamente em casos de
violação de direitos. Essa articulação fortalece a proteção às mulheres e torna
Mato Grosso um dos estados com maior número de redes de apoio em funcionamento
no país”, completou.
Atualmente, Mato Grosso
conta com 33 unidades da Procuradoria Especial da Mulher (PEM).
Também presente no encontro,
a desembargadora Clarice Claudino da Silva enfatizou a importância da união
entre os poderes legislativo, executivo e judiciário no combate a esse tipo de
violência.
“Este é um evento importante
porque agrega vários componentes dessa política pública de incentivo às
mulheres a ter mais autoconfiança, a buscar medidas mais efetivas não só para a
proteção, mas também para esse chamamento relevante no campo político”, disse.
A desembargadora ainda
reforçou a importância das mulheres reconhecerem as violências sofridas para
que possam denunciar e, assim, se emanciparem.
“Nós mulheres estamos
vulneráveis a diversos tipos de violência, então quando tomamos consciência de
que esse problema também acontece no aspecto político é significativo, pois é
um caminho para a emancipação feminina”, defendeu.
Violência
de gênero na política
Para a deputada estadual e
procuradora especial da Mulher da ALMT, Janaina Riva, a violência política de
gênero é muito danosa, pois limita a participação feminina nesse campo ao
questionar a capacidade e competência que a mulher tem para ocupar esses
espaços.
“A violência política de
gênero, para mim, é uma das mais agressivas, porque ela questiona nossa
capacidade e o nosso intelecto. E é por isso que ela mexe tanto com todas nós,
que já crescemos desde meninas ouvindo que não somos capazes e que a política
não é lugar de mulher”, descreveu a parlamentar.
A subprocuradora especial da
Mulher da ALMT, Francielle Brustolin, destacou a importância do debate coletivo
sobre o tema. Para ela, muitas mulheres ainda não conseguem identificar
situações de violência política de gênero.
“Quanto mais nós discutirmos
dentro dos poderes sobre o que é violência política de gênero, como buscar
ajuda e como apoiar a vítima, melhor será para toda a sociedade. Esse tipo de
violência tem como objetivo silenciar a mulher e afastá-la da vida pública”,
afirmou.
Eixos
temáticos
O encontro foi dividido em
dois turnos, com eixos temáticos em que foram discutidos temas como violência
política de gênero; políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero;
e rede de apoio e enfrentamento no combate à violência, que tem como mediadora
a juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da 1ª Vara Especializada de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá.
Com a presença de
autoridades como a defensora pública-geral Maria Luziane Ribeiro, a procuradora
de Justiça Elisamara Portela, a deputada federal Gisela Simona, as deputadas
estaduais Sheila Klener e Edna Sampaio, além de prefeitos e representantes de
órgãos de segurança, o encontro se consolidou como marco no fortalecimento da
rede de proteção às mulheres no estado.
Vitória Maria / Foto: Josi Dias
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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