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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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07.02.2019 15:00

Maior demanda no Ribeirinho Cidadão em Porto Brandão é por serviços de saúde
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Pensa em um povo que gosta de conversar! A reportagem encontrou em Porto Brandão. A comunidade rural fica há 15 km de Barão de Melgaço, pelo rio Cuiabá, pela estrada são 18 km, porém as chuvas prejudicam o trajeto.
 
A comunidade com cerca de 200 famílias recebeu os serviços do projeto Ribeirinho Cidadão nesta quinta-feira (7). Muitos chegaram a pé, alguns em embarcações pequenas, meio de transporte bastante usado por aqui para atravessar o rio.
 
O professor Wanderley Araújo, 43, é de Barão, mas tem forte ligação com as localidades, inclusive dando aulas de Ciências em escolas da região. Ele conta que a povoação das comunidades se deu praticamente na mesma época, entre o final do século XVIII e início do XIX com a chegada dos senhores de engenho e os negros escravizados. Aqui encontraram os indígenas e com o passar dos anos houve a miscigenação do povo pantaneiro.
 
Em Porto Brandão as embarcações do Poder Judiciário e da Marinha atracaram próximo a igrejinha do Senhor Divino, ao lado está o prédio que seria o Posto de Saúde, mas ainda não há profissionais, por isso quando a expedição chega os serviços mais requisitados são os de saúde.
 
A dona Maria Luiza Brandão, 80 anos de sabedoria, afirma que o Ribeirinho Cidadão é uma alegria para os ribeirinhos. "O coração bate mais forte quando passa o primeiro barco".
 
Dona Maria nasceu do outro lado do rio, conheceu o marido e atravessou o Cuiabá onde vive há mais de 60 anos. "Gosto muito daqui. É um lugar tranquilo, tive meus 11 filhos, dá para plantar uma mandioca, pescar um peixe trabalhando sempre conseguimos o que comer. O que falta pra nós é a saúde mesmo", afirma.
 
A família do agente de saúde Célio Padilha, 32, aproveitou os serviços. A filha Lívia de 2 anos passou pelo pediatra e pegou remédios para dor de garganta, a mulher Mariele Moreira, 19, perdeu a certidão de nascimento e veio fazer a segunda via do documento. Economizou R$60 da taxa e o transporte até Barão. " Todo ano esperamos pelo projeto para resolver alguma coisa. Pois tudo tem custo e o dinheiro não sobra", declara Mariele.
 
A aposentada Elizabeth Pacheco, 57, e o neto Victor Brandão, 17, portador de síndrome de down, foram em busca de atendimento oftalmológico. O adolescente está com o olho esquerdo lacrimejando e a avó está preocupada. "Vivemos aqui há uns 16 anos desde quando conheci meu marido que é daqui. Para uma pessoa com deficiência é difícil. Sempre tenho que ir a Cuiabá", revela a avó.
 
De poucas palavras Victor aproveitou o dia. Além do exame, ganhou toalhas e meias doadas pela Receita Federal e tênis provenientes da Defensoria Pública. "Gostei de tudo. Estou feliz", resumiu.
 
As equipes médicas e oftalmológica atenderam cerca de 90 pessoas.
 
Na parte da tarde a expedição segue para a comunidade de Cuiabá Mirim, há 30 km de Barão pelo Rio. Único jeito de chegar até a localidade.
 
Ribeirinho Cidadão - O projeto é realizado pelo Poder Judiciário e a Defensoria Pública, em parceria com a Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual, Marinha do Brasil- 6º Distrito Naval, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, Governo de Mato Grosso, Federal, SICOOB-União, SESC Pantanal, Prefeitura dos municípios de Santo Antônio de Leverger, de Barão de Melgaço, Juscimeira e Poconé, Colônia de Pescadores Z5, INCRA, UFMT, Hospital Júlio Muller, Univag OAB, Delegacia da Polícia Comunitária, Clóvis – Papai Noel, Galvan Cabeleireiro, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal.
 
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Alcione dos Anjos
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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