Balanço do semestre: Justiça de 1º Grau reduz congestionamento e julga mais que recebe
A
Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso encerrou o primeiro semestre de
2025 com Taxa de Congestionamento Bruta de 53,57% e Taxa Líquida de 50,72% no
1º Grau, índices que seguem em trajetória de queda nos últimos anos. O Índice
de Atendimento à Demanda (IAD) alcançou 108,97%, superando a meta nacional e
indicando que os magistrados julgaram mais processos do que ingressaram no
período.
Os
resultados agregaram dados da Justiça Comum, Juizados Especiais e Turmas
Recursais e são acompanhados pelo Painel de Business Intelligence (Omni) do
Departamento de Aprimoramento da Primeira Instância (DAPI). A ferramenta
interna do Judiciário mato-grossense permite monitorar a execução das
metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Para o
corregedor-geral da Justiça, desembargador José Luiz Leite Lindote, os avanços
reforçam o compromisso com a eficiência no Primeiro Grau, aliado à
transformação digital e ao atendimento das demandas sociais. “Estamos atuando
para manter um Judiciário mais próximo da população, sem perder a agilidade e a
responsabilidade de julgar com qualidade. A produtividade avançou e ampliamos
serviços que impactam diretamente a vida das pessoas, como o já consagrado
Programa Solo Seguro, de regularização fundiária, e o Bebê Cidadão, criado
nesta gestão”, destacou.
Indicadores
de produtividade - Segundo dados do Omni, além da redução na taxa de
congestionamento, foram registradas 326.012 sentenças, 917.273 decisões, 25.866
acordos homologados e 51.014 audiências, além de 84.300 audiências de
conciliação realizadas até junho deste ano, nas 79 comarcas do Estado.
Para o
juiz auxiliar da CGJ, João Filho de Almeida Portela, responsável por projetos
de gestão processual, os números refletem medidas adotadas desde o início do
ano. “A Corregedoria elaborou atos normativos voltados à jurisdição criminal e
implantou o Sistema de Apresentação Remota e Reconhecimento Facial, o SAREF,
que permite que a pessoa cumpra a obrigação de comparecimento periódico por
meio de biometria facial, sem precisar ir ao fórum. Estando dentro dos limites
territoriais da comarca, ela pode registrar os comparecimentos mensalmente de
forma remota, garantindo mais praticidade e segurança”, cita.
O
magistrado lembra que estão sendo realizados mutirões como o Pena Justa, que
revisará mais de 6 mil processos até agosto em todas as comarcas do Estado.
“Criamos plantões on-line para tirar dúvidas de servidores sobre sistemas como
PJe, BNMP e SEEU. Essas ações visam esclarecer procedimentos que precisam ser
feitos nos sistemas, fortalecer a meta de reduzir estoques e dar mais
celeridade aos processos”, afirmou.
Projetos
de impacto social - Entre as iniciativas de destaque deste semestre está o
Projeto Bebê Cidadão, selecionado para concorrer ao Prêmio Innovare 2025. Implantado
na Maternidade Santa Helena, em Cuiabá, ele garante a emissão de registro civil
e biometria ainda no hospital. “Essa inovação evita sub-registro e dá mais
segurança na identificação do recém-nascido”, explicou a juíza auxiliar da CGJ,
Myrian Pavan Schenkel, que atua no Foro Extrajudicial.
Outra
frente de trabalho do gabinete da juíza auxiliar é a regularização fundiária,
por meio do programa Solo Seguro. Idealizado pelo CNJ e implantado nos estados
pelas corregedorias e parceiros como o Governo do Estado, prefeituras e
cartórios. Em Mato Grosso, o Solo Seguro entregou mais de 1.800 títulos de
propriedades de imóveis no semestre. A Corregedoria também contabiliza 3.295
atendimentos durante a 3ª edição do Registre-se!, programa nacional que garante
documentos básicos a populações vulneráveis, incluindo aldeias indígenas.
“Não
podemos nos esquecer do Cartório Inclusivo, projeto que incentiva a contratação
de mulheres que foram vítimas de violência doméstica em postos de trabalho dos
serviços extrajudiciais. Colaborando para que a mulher saia do ciclo de
violência,” completa.
A juíza
auxiliar Anna Paula Gomes de Freitas, que coordena ações da CGJ relativas à
violência doméstica e à infância, destacou a importância do trabalho preventivo
nas áreas de atuação. “Avançamos na conscientização sobre a entrega voluntária
para adoção, evitando crimes como abandono ou adoção irregular. Além disso,
apoiamos a expansão do serviço de Família Acolhedora, que hoje conta com
legislação regulamentando na Capital e outras quatro comarcas”, disse.
“Foi
realizado um Mutirão do Depoimento Especial em Rondonópolis, visando acelerar
os processos e evitar vitimização de crianças e adolescentes vítimas e ou
testemunhas de crimes. Estamos viabilizando outro mutirão da mesma natureza na
Capital, para o segundo semestre”, antecipou a magistrada.
Metas e
desafios - No período, também houve avanços para alcançar a chamada “Super Meta
2” do CNJ, que determina o julgamento de todos os processos distribuídos até
2010. Em Mato Grosso, 521 ações antigas já foram julgadas, e 335 ainda precisam
ser concluídas até dezembro. O Mutirão Mais Júri realizou 70 sessões de
julgamento na Capital de maio a julho e 43 júris em Porto Alegre do Norte. Há
previsão de outros 11 até agosto. Além disso, haverá atuação em Marcelândia e
Vila Rica, nos próximos meses.
Para o
juiz auxiliar Jorge Alexandre Ferreira, responsável pelo gerenciamento de dados
estatísticos e inteligência de negócio, os resultados são fruto de
acompanhamento próximo. “Estamos orientando e acompanhando permanentemente.
Nosso papel é apoiar a magistratura e agir se necessário para corrigir
distorções”, afirmou.
A
Coordenadoria da CGJ promoveu ações voltadas à gestão participativa e à
inovação no Poder Judiciário, como a reunião on-line realizada em conjunto com
a Escola da Magistratura (Esmagis), que contou com a participação de mais de
1.300 magistrados e servidores. O encontro resultou na construção coletiva de
uma sugestão de Meta Nacional para 2026, voltada ao julgamento de processos
dessobrestados (ações que retomaram sua tramitação). A proposta será
encaminhada ao Conselho para avaliação e possível inclusão no conjunto de metas
nacionais.
O
coordenador da CGJ, João Gualberto Nogueira Neto, também promoveu a audiência
pública “Impacto da Transformação Digital no Poder Judiciário”, em parceria com
o Laboratório de Inovação (InovaJusMT) e a Escola dos Servidores, para debater
soluções tecnológicas e estratégias para modernização dos serviços judiciais.
Já em
junho, por meio do Departamento de Apoio aos Juizados Especiais (DAJE), com
apoio do TJMT, Esmagis, Escola dos Servidores e Conselho de Supervisão dos Juizados,
a Corregedoria realizou a II Semana Nacional dos Juizados Especiais. A
programação incluiu audiência pública sobre os 30 anos dos Juizados, palestras
temáticas e pautas concentradas, com a realização de mais de 700 audiências
envolvendo companhias aéreas.
Alcione dos Anjos
Assessoria de Comunicação da CGJ-TJMT
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