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 23/10/2015   11:35 

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Câncer de mama: depois do diagnóstico, a superação

Em 2012, durante um exame de rotina, a servidora Tânia Maria Savionek, à época com 46 anos, recebeu um dos diagnósticos mais traumatizantes que uma mulher pode receber: câncer de mama. O primeiro sentimento, segundo ela, foi de surpresa, afinal de contas sempre foi uma pessoa saudável, com boa alimentação, prática de atividade física e visitas periódicas aos médicos. Além disso, não tinha nenhum sintoma que pudesse levantar suspeita da doença, sem falar no autoexame, que não detectou o nódulo.
 
Mesmo assim o resultado da biópsia não deixava margem para dúvidas. Lá estava escrito: carcinoma invasivo. Um diagnóstico, com certeza difícil de ser assimilado, mas forte o suficiente para fazer qualquer pessoa tomar duas decisões: entrar em choque ou reagir.
 
Tânia escolheu a segunda opção. Em vez de entrar em desespero, chorar, achar que esta era sua sentença de morte, ela perguntou para a ginecologista: “O que devo fazer agora?”. Firme, decidida, ela seguiu à risca as orientações do mastologista. “Ele me disse que a cirurgia para retirada do nódulo deveria ser feita imediatamente e que após essa fase o oncologista iria avaliar qual o tratamento necessário”, conta a servidora.
 
Trinta dias depois da cirurgia Tânia foi encaminhada para o oncologista, que prescreveu seis sessões de quimioterapia, que eram realizadas a cada 20 dias. Terminada essa fase do tratamento ela iniciou as sessões de radioterapia, diariamente, durante um mês. Todo o tratamento durou 10 meses.
 
Para fazer o tratamento Tânia tinha duas opções, tirar licença médica ou conciliar o trabalho com o tratamento. Novamente ela fez a segunda opção. Ficou de licença apenas 15 dias, após a cirurgia, depois voltou a trabalhar normalmente. Só ficava em casa nos dias em que fazia quimioterapia. Após as sessões de radio, porém, ela vinha para o Tribunal de Justiça.
 
“Eu sei que eu tinha direito de me afastar para fazer o tratamento, mas não quis, porque seria muito pior ficar em casa sozinha, mergulhada neste mundo. A permanência no serviço foi muito importante para mim, porque pude contar com a companhia e carinho dos colegas e amigos”.
 
Tânia é solteira, não tem filhos e mora longe da família. Onde conseguiu forças para superar e vencer esse momento difícil pelo qual passou? “Sempre com pensamento positivo e a certeza que eu estava em um processo de cura, que meu tratamento era curativo. A companhia e o apoio dos amigos, dos colegas de trabalho, do namorado e da família foram fundamentais. A fé em Deus foi o que me manteve sempre de cabeça erguida. Continuei fazendo o que mais gosto de fazer: trabalhar, frequentar academia, dançar e viajar”.
 
Como passou pela quimioterapia um dos primeiros efeitos colaterais foi a queda de cabelo. Outro obstáculo a ser vencido. Momento de tomar outra decisão importante. Deixar o cabelo cair aos poucos ou raspar a cabeça. Tânia optou por raspar o cabelo logo que os primeiros fios começaram a cair.
 
“Lembro-me que a médica oncologista me falou que quase todos os efeitos colaterais da quimioterapia foram amenizados pelo avanço da medicina, menos a queda do cabelo, que é inevitável. Perguntei se voltava a crescer e ela disse que sim, então eu sabia que era passageiro”.
 
Em vez de tristeza, visual desleixado, cara de sofrimento, Tânia decidiu realçar ainda mais a beleza, diante daquele novo visual. “Quando meus cabelos começaram a cair eu já estava com uma variedade de turbantes, lenços, echarpes, chapéus e boinas, emprestados e doados por amigos. Usei muito esses adereços que ajudaram a manter o alto-astral e eu me sentia muito charmosa com eles”.
 
Tânia atribui o sucesso do seu tratamento ao diagnóstico precoce. “Se eu não fizesse sempre os exames de rotina talvez tivesse descoberto a doença em um estágio avançado e difícil de ser curado. Precisamos nos cuidar, observar as reações do nosso corpo, ir sempre ao médico, fazer atividade física, fazer as coisas que gostamos, ter tempo para nós e dar valor aos nossos familiares e amigos. São eles que estarão ao nosso lado em momentos difíceis como este”.
 
A servidora conta que a lição que tirou de tudo o que passou é que para superar qualquer dificuldade é preciso ter pensamento positivo e manter o alto-astral, pois é isso que vai fazer a diferença no resultado final. “Eu tinha certeza que eu estava passando por um tratamento rigoroso, mas era um tratamento curativo, então isso me deu força e segurança para desenvolver todo esse processo”.
 
Ela diz que aprendeu também a dar mais valor a pequenos momentos de alegria e valorizar o que tem, sem dar importância as coisas pequenas, pois o que realmente importa é a vida.
 
“Gosto muito da frase a qual diz que Deus não escolhe pessoas capacitadas. Ele capacita as escolhidas. Eu tenho a certeza que ele me escolheu e me capacitou com a força da superação. Hoje faço exames semestrais de acompanhamento e sou muito feliz”, assegura.
 
Assista AQUI a matéria que a TV.JUS produziu com a servidora.
 
Fatores de risco
 
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários.
 
Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos de idade, têm maior risco de desenvolver câncer de mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam, de modo geral, esse risco.
 
Os fatores endócrinos/história reprodutiva estão relacionados principalmente ao estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno, com aumento do risco quanto maior for a exposição. Esses fatores incluem: história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, não ter filhos, uso de contraceptivos orais (estrogênio-progesterona) e terapia de reposição hormonal pós-menopausa (estrogênio-progesterona).
 
Os fatores comportamentais/ambientais bem estabelecidos incluem a ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade na pós-menopausa, e exposição à radiação ionizante. O tabagismo, fator estudado ao longo dos anos com resultados contraditórios, é atualmente reconhecido pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico com limitada evidência de aumento do risco de câncer de mama em humanos.
 
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Janã Pinheiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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