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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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21.09.2018 11:25

Suicídio: especialistas destacam sinais de alerta
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Desde 2014, a Organização Mundial de Saúde (OMS) trata o suicídio como uma questão de saúde pública, destacaram os médicos psiquiatra Andréa Fetter Torraca e André Duailibi durante palestras realizadas para servidores do Fórum de Cuiabá e do Tribunal de Justiça.
 
Os profissionais integram o grupo de especialistas convidados para o ciclo de palestras realizado pelo programa Bem Viver em todo o Estado. A ação visa ao debate quanto à prevenção do suicídio e integra as atividades da campanha Setembro Amarelo, que neste ano tem como tema ‘Falar é a melhor solução’, desenvolvido junto aos servidores de Cuiabá e das 79 Comarcas para promover a conscientização sobre o tema.
 
Andréa Fetter palestrou na terça-feira (18 de setembro) para os servidores do Fórum da Capital. Na ocasião, ela destacou sinais de alerta para o suicídio como a tristeza, o isolamento social, o descuido pessoal, pensamentos destrutivos e até revelações sobre a vontade de morrer. Além de orientar a busca por tratamento de um psiquiatra, também ressaltou que todos devem estar atentos ao amigo e familiar para saber que não está bem e poder ajudar e jamais banalizar, julgar ou condenar esses sinais.
 
“O estigma e preconceito só melhoram com informação”, salientou a especialista ao recomendar que se questione a pessoa que parecer diferente. “É necessário dar abertura para a pessoa falar disso. Perguntar: você tem vontade de morrer, você desejar tirar a própria vida, você acha que sua vida vale a pena?”. Ela ressaltou ainda que não podemos ter vergonha de perguntar e, principalmente, não devemos pensar que isso aumentará a vontade dela.
 
Já o médico André Duailibi, falou sobre o assunto para os servidores no dia 19 de setembro (quarta-feira) no Plenário da Turma Recursal, no Anexo Desembargador António de Arruda. Ele ressaltou a importância de saber reconhecer os sintomas que podem levar ao suicídio e prevenir as mortes desta natureza não só no colega, mas em nós mesmos.
 
“Sempre é muito bom, independente de onde quer que esteja, saber sobre o assunto e conseguir reconhecer os sintomas. Este é um tema importante que deve ser discutido. É necessário que a própria pessoa possa reconhecer algum sintoma e que ela saiba que o que sente pode ter relação com alguma doença como, por exemplo, a depressão.”
 
O suicídio é uma das principais causas de mortalidade no mundo. O Brasil está na oitava posição como país em números absolutos de suicídio. Conforme lembraram os palestrantes, 96% dos casos de suicídios estavam relacionados a algum transtorno mental como, por exemplo, a depressão, transtorno bipolar e o abuso de substâncias.
 
A juíza diretora do Fórum de Cuiabá, Edleuza Zorgetti Monteiro da Silva, aplaudiu a iniciativa do Bem Viver. “Todo serviço público ou privado tem pessoas com problemas de depressão, tema pouco abordado nas instituições. Menos discutido ainda é o que pode ser desencadeado de uma depressão ou de uma doença mental, que pode ser até o suicídio. Ouvir isso de uma médica psiquiátrica é muito bom e trará mudança de comportamento não só para aqueles que assistiram à palestra, como para os que estão à sua volta”.
 
O servidor Ademir da Silva concordou com a juíza e reforçou que com a explicação detalhada repassada no Fórum passou a ter mais conhecimento sobre o assunto. “Foi muito importante, eu não tinha essa noção. Às vezes, temos amigo, familiares e temos filhos que precisam ouvir essas informações e a gente poder passar para eles.”
 
Margarida Bassil Dower, responsável pelo eixo Responsabilidade Social do Programa, falou da preocupação em tentar ajudar e estar sempre olhando para as pessoas, ainda mais porque constantemente sabemos de novos casos em Cuiabá. “Essa palestra todo mundo devia assistir, porque a gente só ouve falar, mas não sabe o que está acontecendo. Até acontecer na sua família você não se preocupa. Estamos passando por um momento em que todos devemos nos conscientizar com o que está acontecendo em todo o país.”
 
Sílvia Devaux
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3393/3394/3409