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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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21.09.2018 14:05

Casa de Amparo: TJ firma parceria com Senai e IFMT
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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cemulher), fechou mais parcerias para a Casa de Amparo a mulheres vítimas de violência, em Cuiabá. As amparadas poderão participar de 20 cursos profissionalizantes ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Gross (IFMT). Atualmente o abrigo está situado um local provisório - até que seja concluída a reforma da Casa de Amparo.
 
De acordo com a juíza da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher em Cuiabá, Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, o local é um porto seguro para todas as mulheres que sofreram algum tipo de ameaça ou atentado contra a vida. “As mulheres precisam ter informações sobre mercado de trabalho, psicológicas – agora nós estamos fazendo oficinas semanais – em comum acordo com a Prefeitura e o IFMT. Elas precisam ter força para ingressarem no convívio social, buscar a independência financeira, porque se não elas podem retornar a dependência dos companheiros e sofrer mais agressões, ou até ter as vidas ceifadas”, ponderou a magistrada.
 
Além disso, a juíza explicou que o Judiciário é um ente ativo na fiscalização e orientação das ações de acolhimento. “Nós fiscalizamos o funcionamento da Casa, damos orientações para a equipe coordenadora do local e buscamos alternativas para ajuda-las”. Para a responsável pela Cemulher, desembargadora Maria Erotides Kneip, amparar, cuidar e tratar das mulheres e crianças acolhidas é mais que um compromisso profissional das entidades é um dever.
 
Já o secretário de Assistência Social e desenvolvimento Humano de Cuiabá, Wilton Coelho Pereira, se comprometeu a entregar a Casa até o início de 2019. O local que está sendo reformado tem capacidade de abrigar mais de 30 pessoas entre mulheres e crianças (os filhos das amparadas). “A casa temporária abriga as mulheres até que saiam da situação de risco. Elas podem se capacitar em confecção de lingeries, operadoras de caixa, confeitaria. Precisamos de locais como este para que as mulheres possam se reorganizar e não ficarem expostas a ameaças e agressões. Estamos concluindo o projeto para a reforma da Casa – esta é só uma alternativa até que concluamos as obras. Esperamos que até o início de 2019 a Casa Amparo seja entregue toda reformada e revitalizada”, disse.
 
A coordenadora da Casa, Fabiana Soares, comentou que o local tem a finalidade de amparar essas mulheres vítimas de agressões e violência doméstica. “Elas não têm para onde ir. Damos a proteção e segurança para que não percam suas vidas. Fazemos a identificação dessas mulheres, passamos a assistente social, verificamos as crianças e a encaminhamos para outras escolas. Além de atividades lúdicas, roda de conversas”, pontou.
 
E o local está sendo um verdadeiro lar para a assistida Maria Clara (nome fictício). Ela foi vítima de uma tentativa de assassinato, pelo seu ex-companheiro, após iniciar um novo relacionamento. “Estou me adaptando, foi muito nervoso, complicado e apavorante. Agora estou bem mais calma. As garotas da Casa me aconselharam e me deram força. Aqui é muito mais seguro que minha casa. Fico aqui até que a situação melhore, tenho emprego lá fora, minha mãe, mas não posso voltar agora. Os meus filhos vieram comigo e estão na escola. Se não houvesse lugares como este teria ficado ao relento, ou coisa pior”, narrou a assistida que ainda lembra dos momentos de pânico.
 
Apesar de ter toda a estrutura e uma rede de apoio na Casa de Aparo, ainda é cedo para encontrar seu caminho. “Minha cabeça ainda está muito complicada, não sei bem o que farei ainda, mas espero que consiga reorganizar, esquecer tudo que passei e estava sem comer. Estou melhorando para tomar uma decisão. Só Deus para saber do meu futuro”, completou.
 
A casa - Atualmente estão acolhidas na Casa de Amparo 5 mulheres e 3 crianças, encaminhadas pelo Judiciário, Ministério Público Estadual (MPE) e Delegacia Especializada de Defesa da Mulher. A permanência na unidade é por período indeterminado. Após essa temporada critica e na qual a mulher corre risco de vida, elas são reinseridas no convívio social. São 18 leitos, espaço de convívio social, 3 banheiros e apoio de psicóloga, assistente social e cozinheira.
 
As mulheres abrigadas têm rodas de conversas com estagiárias de psicologia e serviço social, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e laborterapia, um método psicoterápico em que se usa o trabalho manual para afastar os malefícios da desocupação e da ociosidade.
 
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Ulisses Lalio
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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