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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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19.04.2021 10:10

Juiz usa tecnologia para estar próximo da comunidade acadêmica
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Alunos do Curso de Direto da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) dos Campi de Cáceres, Rondonópolis, Diamantino, Alto Araguaia e da faculdade Fapan/Estácio (Cáceres) participaram de uma palestra-aula com o juiz da Primeira Vara Cível de Cáceres, responsável por Família e Sucessões e Infância e Juventude, além de juiz-coordenador do centro judiciário de solução de conflitos e cidadania (Cejusc) de Cáceres, Pierro de Faria Mendes. O tema Métodos Adequados de Solução de Conflito chamou a atenção de quase 150 alunos que tiveram a oportunidade de questionar o magistrado e adquirir conhecimentos. Confira a aula.
 
Durante 1h e meia o magistrado apresentou uma linha do tempo, com a evolução do sistema na humanidade. Anteriormente conhecido como Métodos Alternativos. “Para sermos mais exatos, todos os métodos são adequados, é o profissional quem deve avaliar qual é indicado ao conflito que está lidando. Sugiro que vocês abracem os métodos, pois o ganho será muito interessante em suas carreiras”, disse o juiz Pierro.
 
“Em 1603 nas Filipinas já se faziam referência à Mediação como solução de conflitos. Em 1824 na Constituição do Império, falaram em Reconciliação“, revelou o magistrado. Além do panorama histórico ele abordou a Cultura do Conflito à Cultura do Diálogo, Sistema Multiportas, Atuação do PJ e Advocacia frente ao Novo Cenário e Nova Carreira: Cidadania e Responsabilidade Social.
 
O magistrado também apresentou o leque de oportunidades a quem tem o Curso de Direito. Desde o exercício da Advocacia, passando pelo Concurso Público (Defensoria, MP, Magistratura, analista e técnico, etc), arbitro judicial, Câmara de Arbitragem, Mediador, professor, entre outros. “Doutor daqui algum tempo serei uma advogada. Devo trabalhar esses métodos de conciliação com meus clientes no início da conversa?”, indagou a estudante Franciely Batista de Oliveira. “Muitos profissionais entendem que perderão campo de trabalho e é exatamente o contrário. Ele está se ampliando. Existe esse campo que você pode trabalhar. Se todos focarem apenas no litígio, mais operadores do Direito estarão nesta área. A Mediação pode ser realizada pelo particular e não apenas pelo Estado. Você pode ter um escritório especializado”, indicou o magistrado que elogiou a pergunta.
 
O aluno Sandro Silva questionou como estão os atendimentos na Pandemia. “O ser humano se adequa. Somos resistentes a mudanças. Hoje realizamos as audiências virtuais de forma muito tranquila. Não me vejo mais nesta profissão sem o uso destas ferramentas. Como a parte que mora na Zona Rural participará? Tudo nos adequamos. São dos desafios que acabamos colhendo coisas boas. Estamos trabalhando normalmente e produzindo bastante. Já fizemos audiência com uma das partes estando no Japão e outra na Inglaterra. Na melhor das hipóteses teria que pedir uma carta rogatória para estes países. Dinamizamos muito. Nossas equipes estão preparadas para esta grande mudança”, explicou o magistrado.
 
“Aplico esses métodos em minha vida. Mesmo sem saber totalmente as técnicas, já aplico algumas apontadas na palestra“, revelou o aluno Paulo do Carmo Lima. “Parabéns, boas explanações sobre conciliação e mediação”, disse o estudante Sérgio Pereira. “Muito obrigado doutor, excelente trabalho, e obrigado aos nossos mestres por mais esse aprendizado!”, disse o aluno Fábio Fávare. “Ótima palestra! Obrigada, doutor Pierro! E obrigada, professor Lindote por nos incluir”, considerou a aluna Maria Rosa Bittencourt. Os alunos Rafael da Silva Pinheiro, Isabella Fernanda Oliveira, Karen Giraldelli, também agradeceram, entre outros alunos.
 
“Uma honra ouvir o senhor doutor Pierro. Os alunos da Prática Jurídica estavam ansiosos para participarem desta grande oportunidade“, disse a professora Evely Bocardi de Miranda. “Temos essa necessidade de que os alunos escutem do próprio Poder Judiciário sobre a mudança de cultura, de não apenas litigar. Ganhamos de outras maneiras também. É um pensamento do passado, apenas litigar“, sustentou o professor, Bruno Luiz de Arruda Lindote. “Esse encontro foi muito interessante para abrir o olhar do estudante de Direito para outras formas de atuação e melhor prepará-los para a profissão jurídica. Essa aproximação do Poder Judiciário com a Universidade é importante para o desenvolvimento profissional dos nossos acadêmicos”, sustentou a professora Linnet Mendes Dantas.
 
“Tenham isso em mente. Os métodos adequados de Soluções de Conflitos são de fato, um caminho sem volta. Ou você se adequa ou será somente mais um. Nos casos de Família, pouco mais de 80% das questões são resolvidas com uma conversa. O que eu verifico como profissional é que muita gente vem com a mente fechada para o acordo. Quem sabe devamos criar dentro das empresas um braço desta natureza. Devemos debater mais. Assim que acabar a Pandemia convido a todos para conhecerem as instalações do Fórum de Cáceres. Um abraço aos alunos de Alto Araguaia, Salto do Céu, Diamantino, Quatro Marcos, Cáceres. Eu me identifico com estas comarcas e sou grato à população de Cáceres e a todos este Municípios por onde passei. Meu agradecimento especial à professora Linnet. Fiz questão de reservar este tempo para conversarmos. Estou feliz por ter consegui atender ao pedido de vocês”, concluiu o juiz Pierro.
 
Ranniery Queiroz
Assessor de imprensa CGJ/TJMT