
Poder Judiciário de Mato Grosso
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19.01.2022 17:46
Execuções penais de Cuiabá cria modelo de reinserção social
Durante a visita os reeducandos demonstraram os serviços realizados, como a confecção de blocos de cimentos permeáveis para calçamento, meio-fio, e piso em alto relevo que direciona pessoas com deficiência visual. Por dia são produzidas uma média de 3.500 unidades, na fábrica de concreto dentro da unidade prisional. Ao todo 29 reeducando atuam neste setor. Marcelo Francisco da Silva, de 27 anos, já exercia a função de pedreiro fora da unidade, e há três anos está recluso. “Trabalhar aqui dentro nos possibilita ter uma renda para auxiliar a família, fazer uma poupança para recomeçar e ainda ajuda na saúde mental”, disse o reeducando.

Outro projeto de reinserção social do CRC é o da equoterapia. Ele beneficia jovens da Escola Especial Livre Aprender, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Cuiabá. Pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), pacientes se recuperando de Covid e a sociedade em geral. Os cinco reeducandos envolvidos, participaram de um curso de qualificação oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Dentro do CRC-Carumbé também existe uma ala de trabalho exclusiva para a comunidade LGBTQIA +. Atualmente 16 reeducandas estão exercendo suas atividades neste espaço. A reeducanda com o nome social Michelly Amorim, 35 anos, está cumprindo a sua pena. “Antes ficávamos todas juntas, tínhamos os cabelos raspados, hoje, com este espaço, podemos manter nossa identidade e nos sentimos mais respeitadas”.

O professor e vereador, Domingos Oliveira dos Santos avaliou a importância dos projetos, como fundamentais na recuperação dos apenados. “A percepção ao final da visita é excelente. Tinha uma visão bem diferente. Há algum tempo eu ouvi falar que era um local muito difícil para os detentos, mas o que eu vi aqui, foi uma aula de cidadania”, declarou o presidente da Câmara de Cáceres.
O presidente do Conselho da Comunidade, Juliano Claudio Alves, informou que o município já tem parceria com a Prefeitura e o Hospital São Luiz. Via parceria cerca de 600 uniformes dos presos da unidade local foram remodelados, gerando economicidade. “Vemos cada ação como uma oportunidade aos recuperandos, por isso atuamos em conjunto para gerar novas aprendizagens diminuindo as chances da pratica de crimes em nossa cidade. A juíza da Execução Penal de Cáceres, Helícia Vitti Lourenço, também é nossa parceira e está conosco na busca por atividades às pessoas privadas de liberdade”, revelou o presidente da instituição composta membros da Sociedade local, que conforme previsão do artigo 81, IV, da Lei de Execuções Penais (LEP), pretende “diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento”.
Resultados - A fábrica de produtos de limpeza, a fábrica de artefatos de concreto, os produtos saneantes (água sanitária, álcool em gel, detergentes e desinfetantes), produzidos pelos recuperandos, poderão ser usados nos prédios públicos. Os artefatos de concretos (pré-moldados, paralelepípedos, blocos, manilhas, meios fio, canaletas, tubos, entre outros), também podem ser vendidos a preços mais baratos para a Prefeitura, que otimizará na construção de praças, aberturas de ruas, escoamento de águas, construção de escolas e creches. Além de ter o caráter social de colocar o recuperando para desenvolver um trabalho profissionalizante, o que os beneficiará na inserção à sociedade.
Carga horária e salário - Os reeducandos que prestam serviços trabalham 44 horas semanais, oito horas diárias, de segunda a sexta-feira e, no máximo, quatro horas aos sábados. Os selecionados para a prestação do serviço na unidade, recebem o equivalente a R$ 1.212,00 (um salário mínimo). O valor é depositado em uma conta aberta para esta finalidade. A família tem acesso a uma parte depositada e outra parte fica retida para uso do reeducando, quando sair em liberdade.
Ainda formaram a Comitiva - o vice-prefeito de Cáceres, Odenilson José da Silva, Procuradoria-Geral do Município, Hebert Dias e o diretor da Cadeia Pública de Cáceres, policial penal, Sérgio Faria.
Assessoria de imprensa CGJ