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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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19.08.2016 18:54

Estudantes discutem violência doméstica
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Estudantes universitários dos cursos de Direito, Serviço Social e Psicologia puderam conhecer um pouco mais sobre diversos aspectos da violência doméstica e familiar contra a mulher, no auditório do Fórum da Capital, na tarde de sexta-feira (19 de agosto).
 
Um contato direto entre quem ainda está iniciando na profissão e aqueles que lidam no dia-a-dia com o drama das vítimas da violência. O seminário acadêmico realizado no auditório do Fórum de Cuiabá integra a campanha Justiça pela Paz em Casa, promovida pelo Poder Judiciário por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher) e da Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso (CGJ-MT)
 
Na abertura do seminário a desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, coordenadora da Cemulher, ressaltou que a violência doméstica é perversa porque ocorre dentro do lar, local onde a mulher quer se sentir segura e protegida. “A violência praticada contra a mulher atinge toda a família e afeta muito os filhos”, explicou a desembargadora.
 
A juíza Ana Cristina Silva Mendes, designada para a 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital, abriu o primeiro painel falando sobre o ciclo da violência doméstica, mostrando que muitas vezes começa com agressões físicas e vai se agravando se a vítima não buscar ajuda. Ela lembrou que a violência psicológica, apesar de não ferir a integridade física machuca muito. “A violência psicológica não tira sangue, mas mata a autoestima”, disse.
 
O Secretário da Casa Civil do governo do Estado de Mato Grosso, Paulo Taques, participou do primeiro painel como mediador e destacou que a violência doméstica está arraigada nos costumes e que precisa ser enfrentada por todos. O secretário lembrou que os órgãos públicos precisam estar preparados para atender a mulher vítima desse tipo de violência. “A delegacia não pode ser a última opção da mulher, tem que ser a primeira, mas a mulher precisa se sentir segura e saber que lá será bem atendida”, destacou o secretário.
 
Já no segundo painel o juiz Jeverson Luiz Quinteiro, juiz da Segunda Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, debateu com a delegada Jozirlethe Magalhães Criveletto, da Delegacia da Mulher sobre as medidas protetivas. Os debatedores fizeram uma abordagem técnica do tema, mostrando os aspectos legais e jurídicos. A delegada explicou o funcionamento da delegacia e disse que muitas vezes as mulheres vão à delegacia em busca das medidas protetivas.
 
O juiz Jeverson lembrou que é preciso criar outras formas, além da Lei Maria da Penha, para proteger mais as mulheres vítimas de seus agressores. “Precisamos de um mecanismo como a lei de proteção às testemunhas para dar mais seguranças às mulheres”, explicou o juiz.
 
Para os acadêmicos foi uma oportunidade de conhecer o funcionamento desta legislação específica. O estudante de Direito Alexandre Emanuel dos Santos disse que a multiplicidade de formas de violência contra a mulher foi o que mais lhe chamou a atenção. “De fato a violência psicológica é uma das que mais agridem as mulheres”, ressaltou.
 
Já a acadêmica de Direito Carime Bretas Guimarães destacou a importância do evento para a divulgação e conscientização para o problema. “A violência é um problema cultural que só se muda com mudança de comportamento”, afirmou.
 
Vlademir Cargnelutti
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
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