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Poder Judiciário de Mato Grosso
Notícias
09.08.2019 18:18
Especialistas falam do combate ao machismo e o enfrentamento á violência de gênero contra a mulherCom o tema “Salve os 13 anos da Lei Maria Da Penha! Salve a vida de tantas mulheres que ajudou a salvar!”, Silvia falou de sua experiência de 12 anos como integrante do Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher da Organização das Nações Unidas (Cedaw-ONU). Segundo ela, existem formulações que chamam atenção sobre como é importante entendermos a particularidade dessa violência que ocorre dentro de casa, onde deveria ser um lugar de tranquilidade, ou nas relações de afeto.
De acordo com Silvia, o problema mais grave hoje são as modificações sociais em termos de maior respeito às pessoas. “O que não pode acontecer é o homem continuar a exigir da mulher exatamente que ela desempenhe o papel que sua vó e sua mãe desempenhavam. Quero que esse momento valha é para um convite à mudança de mentalidades. É difícil porque nós nascemos ou fomos criados por pessoas de sociedade ainda patriarcais. É muito difícil, mas vale esse esforço”.
E é justamente para evitar que o machismo e patriarcado se estendam através dos anos que no Distrito Federal uma iniciativa tem dado certo. A boa prática foi apresentada pelo juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Ben-Hur Viza, que desenvolve nas instituições de ensino o projeto “Maria da Penha vai à escola, uma maneira diferente de ensinar”.
Fruto da parceria com Ministério Público, polícias Civil e Militar, Defensoria Pública, secretarias de Estado, especialmente Secretaria de Educação, a ideia é levar ao conhecimento da nova geração a Lei Maria da Penha, ensinar às crianças o respeito, relacionamentos sem violência baseado na igualdade entre homens e mulheres, nos deveres, nas obrigações.
Muitos foram os progressos desde a publicação da Lei Maria da Penha, mas muito ainda há que se fazer, principalmente no quanto ao machismo e o patriarcado tão presentes na cultura do Brasil. Consequentemente, a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas para redes de atendimento e acolhimento são primordiais para as vítimas de violência doméstica. De acordo com Ben-Hur Viza temos uma sociedade que está aprendendo desde a infância que a violência é a resposta apropriada e adequada para a solução de conflitos.
“Aquele homem agressor que quando é contrariado em casa, quando a janta não está pronta ou a roupa não está passada a contento agride a mulher, o que o filho desse homem aprende? Aprende que quando ele é contrariado a resposta é a agressão e essa agressão não fica somente no ambiente doméstico, ela reflete na sociedade como um todo. Por isso é muito importante que a gente trabalhe a família, essa célula principal da sociedade para que possamos usufruir desse relacionamento respeitoso em outras relações. Esperamos que essa geração tenham seus filhos e comecemos uma criação diferente, de respeito, de igualdade”, finalizou.
Todos os palestrantes do Colóquio são especialistas na área, todos vindos de outros estados, sendo eles a promotora de Justiça especializada em Gênero e Enfrentamento à Violência contra a Mulher de São Paulo, Valéria Scarance que vai falar sobre o tema: #Namoro legal: como prevenir a violência e feminicídios nas relações afetivas; Laina Crisóstomo que vai abordar sobre o “TamoJuntas pelo Brasil”.
A vice-presidente da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (ABRAT) e advogada em Goiânia, Arlete Mesquita, vai abordar o tema “A violência contra a mulher no ambiente de trabalho” e para encerrar o evento, a palestrante Maria da Penha Maia Fernandes falará sobre “Maria da Penha, sua história, nossas vidas”.
O Colóquio é promovido pela Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica de Mato Grosso (ABMCJ-MT) e Poder Judiciário, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher), Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Governo do Estado e demais parceiros e apoiadores.
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Dani Cunha (texto e fotos)
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