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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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05.03.2020 11:00

Ribeirinho Cidadão leva médico da Marinha aos pacientes com dificuldade de locomoção
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 O lavrador aposentado Manoel Leite Moreira, 79, morador da comunidade ribeirinha de Estirão Comprido, convive com um câncer de próstata desde 2004. Ele passou por uma cirurgia e o câncer regrediu, mas em 2011 a doença voltou e, desde então, ele já fez cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Além disso, tem artrose e outras doenças da idade, que lhe causam dor e comprometem seus movimentos. Para dar mais conforto e uma vida digna ao paciente, que não pode se deslocar ao posto de atendimento do Projeto Ribeirinho Cidadão, ele recebeu em casa a visita do clínico geral da Marinha, Anderson Carlos Zacarias.
 
No conforto de sua casa, o aposentado passou por um exame clínico, conversou com o médico, e recebeu, gratuitamente, medicamentos e analgésicos. O clínico geral explicou que a situação de Manoel Moreira já é um caso crônico de urologia, mas que as dores articulares causadas pela artrose e outros males da idade provocam incômodo e dor. “Viemos até aqui para trazer conforto ao paciente, para ele viver melhor”, ressaltou o médico.
 
Vivendo longe da cidade e, consequentemente, de todos os recursos que ela oferece, o aposentado elogiou o Projeto Ribeirinho Cidadão, que há 13 anos leva atendimento jurídico, médico e social às comunidades ribeirinhas da Baixada Cuiabana. Lúcido, o idoso contou que gostaria de continuar trabalhando, mas que os problemas de saúde não permitem. Ele explicou que a pressão dele é descontrolada, com tendência a ser baixa, sente fraqueza e dor nas pernas, situação que não permite que ele saia de casa.
 
Em São Pedro de Joselândia, outra comunidade atendida durante a etapa fluvial do projeto, o médico da Marinha voltou a deixar o navio para atender uma paciente em casa. Idosa, Antônia Aquino de Moura não sabe ao certo a idade que tem. Para quem pergunta, diz ter “mais de 30”. Os sintomas que a impedem de se locomover além das cercas de sua propriedade são fraqueza, dor nas pernas e nas juntas. Casada, mãe de 11 filhos, ela reclamou de abandono, por viver ali sozinha com o esposo, também idoso. Antônia estava bastante emocionada, pois nunca imaginou que receberia a visita de um médico em casa, muito menos receber remédios para o alívio de seus dores.
 
Falta de saneamento - Além de dores generalizadas e doenças crônicas, muitos pacientes atendidos pelos médicos da Marinha têm doenças de pele e hanseníase. As crianças têm verminoses, devido à ausência de saneamento. A Capitania Fluvial de Mato Grosso, Comando do 6º Distrito Naval MT/MS, disponibilizou um clínico geral, uma pediatra e uma dentista para comporem a expedição, que teve início no dia 29 de fevereiro e prossegue até 08/03.
 
O clínico geral Anderson Carlos Zacarias explica que o atendimento consiste no exame clínico e na avaliação dos sintomas descritos pelos pacientes. Após o diagnóstico, o paciente pega a receita e ali mesmo, no navio, recebe o medicamento, de forma gratuita. Os remédios são fornecidos pelas prefeituras dos municípios atendidos. Se houver suspeita de uma doença mais grave, o médico orienta o paciente a procurar atendimento especializado no município de origem ou em Cuiabá.
 
Atendimento humanizado - Morador de Estirão Comprido, município de Barão de Melgaço, Antônio Lídio de Souza, 64, estava sentindo muitas dores nas costas e decidiu buscar alívio no barco do Projeto Ribeirinho Cidadão, que ficou atracado na comunidade no domingo (01/03). No local, ele foi atendido pelo clínico Anderson Carlos Zacarias, pegou a receita e já levou o remédio para casa. Aproveitou a viagem e passou pelo oftalmologista, porque a vista estava ruim. Muito satisfeito com o atendimento, o idoso disse que a presença dos médicos na comunidade facilitou muito a vida dos ribeirinhos, que têm dificuldade para se deslocar em busca de saúde.
 
Outra paciente que elogiou muito o serviço médico foi Marinice Clara Duarte de Almeida, 57. Com dificuldades para andar, em razão das pernas tortas, ela contou que passar por um médico ou fazer um exame de vista é muito difícil, não apenas pela dificuldade que ela tem de locomoção, mas também porque ir até Cuiabá, ou mesmo Barão de Melgaço, fica muito caro. Marinice não sabe informar o motivo de sua deficiência, que causa dor na coluna, nas pernas e na cabeça.
 
Nadja Vasques/Fotos: Alair Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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