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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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21.10.2021 09:46

Outubro Rosa no Sistema Penitenciário: médico reforça importância de hábitos saudáveis
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Alimentação saudável, atividade física regular e não fumar são hábitos simples que reduzem em 70% a chance de uma pessoa desenvolver câncer, inclusive o câncer de mama, que acomete três mulheres brasileiras a cada 10 diagnosticadas com algum tipo da doença.
 
Estas foram algumas das informações repassadas pelo médico cirurgião oncológico e mastologista Wilson Garcia a mulheres privadas de liberdade e as profissionais que atuam na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, e nas Cadeias Públicas femininas de Colíder, Nortelândia, Rondonópolis e Cáceres.
 
O médico foi o primeiro palestrante da oficina on-line “Dia D Outubro Rosa no Sistema Penitenciário de Mato Grosso”, realizada na tarde desta quarta-feira (20), dentro do projeto "Apodere-se Mulher", desenvolvido pelo Poder Judiciário, por meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso (GMF) em parceria com voluntários e o Poder Executivo, representado pela Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (SAAP-MT).
 
O mastologista, do seu consultório e via plataforma Meet falou com reeducadas e servidoras do Sistema Penitenciário sobre fatores de riscos para o câncer de mama, importância do diagnóstico precoce, autoexame e ainda respondeu as dúvidas das participantes. “A melhor arma terapêutica é a mamografia, que consegue detectar lesões em processo de malignidade de dois a quatro anos antes da mulher perceber algum nódulo reduzindo em 30% a mortalidade por câncer de mama”, citou.
 
Segundo o especialista, em torno de 70% das brasileiras conseguem fazer o diagnóstico quando já estão com a doença em avançada fase, o que reduz em 95% as chances de cura. “Por isso é tão importante esse movimento mundial de conscientização para o controle do câncer de mama, que é o Outubro Rosa”, defende. “Cuidar de si, cuidar do corpo é da mente é o que nos faz ter qualidade de vida, um sonho de consumo da modernidade. Quero parabenizar os idealizadores dessa ação que incentiva a saúde das mulheres em privação de liberdade”.
 
O médico ainda aconselhou que as mulheres se autoexaminem, cuidem da dieta e façam exercícios regularmente. “O autoexame pode ser feito durante o banho, após o período menstrual, se perceber algo diferente comunique a diretoria da unidade. A alimentação deve ser com menos açúcar, farinhas e gordura possível e os exercícios de 30 minutos por cinco dias da semana já melhoram a qualidade de vida. Mulheres mexam-se, como puder e no espaço que tiverem. Pode ser caminhada, pular, agachamento, abdominal, dança. Enfim o importante é movimentar-se”, exemplificou.
 
Depoimentos - Após a participação do médico, a oficina continuou com as fundadoras do Grupo LIFE Curadas para curar, Tamara Gomes Santos e Camila Bernal Barreto. Emocionadas, elas narraram suas experiências na luta contra o câncer. As duas amigas da faculdade, foram diagnosticas no início da pandemia com a doença.
 
Tamara descobriu um câncer no intestino em estágio 4, ainda está fazendo quimioterapia, mas não deixa o tratamento parar sua vida. “Faço minhas atividades físicas, vivo normalmente e ainda lidero o grupo que trabalha a parte emocional das pessoas, porque a parte técnica a gente encontra na equipe médica”, explica. “Não vou glamourizar a doença, é algo muito difícil, mas é possível. E nessa luta descobri que conversar, compartilhar as experiências e nossas vitórias nos faz bem e por isso demos início ao grupo”.
 
Camila contou que sentiu uma forte dor no braço que irradiava para a mama. Fez o autoexame e percebeu um pequeno nódulo, procurou ajuda médica e descobriu um tumor de 1 cm. “Fiz a cirurgia e retirei o nódulo, passei por quatro sessões de quimioterapia e depois fui para a radioterapia. O autoexame salva”, declara.
 
“Aprendi que as vezes algo inesperado acontece na nossa vida, no meu caso foi o câncer, para vocês é estar privadas de liberdade, mas isso não é o ponto final, é uma oportunidade para tomarmos uma nova rota. E eu desejo que essa nova rota seja muito abençoada para nós”, concluiu Camila.
 
“O câncer não escolhe a quem vai alcançar”, declara a responsável pelo setor de projetos do GMF, Alianna Cardoso Vançan. “O Apodere-se Mulher já está em trâmite desde julho, e por contemplar remição de pena às reeducandas, o GMF em parceria com a SAAP entendeu que esse evento seria uma oportunidade de contemplar o eixo saúde que faz parte do projeto. Além disso não há nada mais empoderador para mulheres do que conhecimento”
 
A superintendente de Políticas Penitenciárias, Sibeli Nardoni Roika, agradeceu ao GMF pelo olhar que sempre teve voltado a reinserção social e pela tarde de compartilhamento de conhecimento e saúde afetas às mulheres.
 
As participantes elogiaram o evento. Afirmaram que a explicação dada pelo especialista é de suma importância para quem está privada de liberdade, em especial o autoexame porque muitas ainda tinham dúvidas de como fazer, prometeram compartilhar as informações com as colegas da unidade.
 
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Alcione dos Anjos
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
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