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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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26.05.2021 08:01

Webinário Adoção e Acolhimento Familiar debate temática
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O Webinário Adoção e Acolhimento familiar debateu a temática de maneira democrática e ampla de foram virtual na tarde desta terça-feira (25/5). Dia Nacional da Adoção. A Corregedoria-Geral da Justiça do TJMT (CGJ) por meio da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) convidou profissionais da Rede de Apoio de diversos Municípios de Mato Grosso, por intermédio do grupo de primeiras damas do Estado. Associação para o Desenvolvimento Social de Mato Grosso (APDM). O ato faz parte da proposta do Poder Judiciário de incentivar parcerias institucionais em prol de maior abrangência da sociedade. Vídeos ilustrativos produzidos pela Coordenadoria de Comunicação do TJMT e Ministério da Cidadania foram apresentados ao longo dos debates. Clique aqui para acessar o Tutorial – Pedido de Habilitação e aqui para o Dia Nacional da Adoção.
 
O evento faz parte de um grupo de iniciativas que envolvem além de ações do Poder Judiciário de Mato Grosso, via Presidência, Vice-Presidência e Corregedoria-Geral, ações também dos parceiros como a Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), Governo do Estado de Mato Grosso, Assembleia Legislativa do Estado, Ministério Público, OAB, Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e Associação para o Desenvolvimento Social de Mato Grosso (APDM), entre outros.
 
O corregedor fez a abertura do evento salientando a dificuldade em se adotar pelas preferências de perfil. “Só para termos noção de nossa realidade mais próxima Mato Grosso tem 430 crianças e adolescentes acolhidos em 83 locais, segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNI). São 199 meninos e 231 meninas. Por outro lado temos 831 candidatos à Adoção. A conta não fecha, pois a maioria faz exigências para adotar. As situações vão ficando cada vez piores em alguns casos. Por exemplo, enquanto 239 pretendentes à Adoção aceitam crianças de até 2 anos de idade e 264, crianças de até 4 anos, temos apenas 12 registros de pessoas interessadas que aceitam crianças de 12 anos... 8 registros de interessados que aceitam crianças de até 14 anos e 5 registros de interessados na adoção de crianças com 16 anos”, informou o corregedor Zuquim. “Citei estes dados para refletirmos e também despertarmos o interesse em resolvermos esta questão”, concluiu o corregedor ressaltando o pedido do CNJ pelo compartilhamento do Twitaço com a #AdotarÉAmor 2021 em comemoração ao Dia Nacional da Adoção. A intenção é sensibilizar as pessoas sobre a adoção com mensagens positivas sobre o tema.
 
A juíza auxiliar da CGJ Christiane da Costa Marques Neves conduziu a Live. “Sinto-me honrada em poder conduzir este evento tão importante para o futuro de nossas crianças e adolescentes. Como nosso corregedor José Zuquim salienta juntos somos mais fortes e isso é o que queremos, fortalecer nossa Rede de Apoio e o conhecimento da sociedade sobre esta causa. Desejo um excelente evento a todos e que possamos colher bons frutos dele”, considerou a magistrada.
 
O tema foi abordado pela juíza da Segunda Vara de Tangará da Serra (distante 239 km ao médio-norte), Leilamar Aparecida Rodrigues e foi comentado pela desembargadora Maria Erotides Kneip (mãe adotiva) e pelo procurador de Justiça, Paulo Roberto Jorge do Prado. A juíza de Tangará falou sobre os meandros para a adoção, anseios, dificuldades e vitórias também. Ela disse que atua na comarca há seis anos é constatou várias mudanças de perfil dos interessados ao longo deste tempo. Falou de um casal de outra comarca que passou pelo curso da Ampara e alterou sua preferência para adoção. “A mãe me disse: eu descobri que eu queria um filho, mas ele não escolheu como queria a mãe dele. Se fosse branca ou negra, velha ou nova. Por isso alteramos nosso perfil”, disse a magistrada. Os pretendentes acabaram adotando um casal de irmãos em idade mais velha. Exatamente uma das maiores dificuldades para a Adoção. Mesmo a menina tendo grande resistência em ser adotada. “A angústia da criança foi superada pelo preparo do casal. As crianças testam os casais, com medo de serem devolvidas. Eles estão juntos agora”, revelou a magistrada.
 
Ela ainda abordou a Entrega Legal e a Família Acolhedora. “Muitas mães ainda não sabem que podem entregar seus filhos para adoção. Não há crime nisto, mas se preocupam com o julgamento social por fazerem a entrega. Eu sempre explico que é um ato de amor evitar que a criança passe por dificuldades”, explicou a juíza. Na sequência um vídeo sobre Família Acolhedora foi exibido. Clique aqui.
 
A desembargadora Maria Erortides Kneip compartilhou sua experiência pessoal de adoção e da magistratura. “Quero responder uma pergunta que muitas pessoas fazem. Porquê comemorar o Dia Nacional da Adoção? Eu respondo: porque a consanguinidade não assegura uma criança feliz e plena. Há necessidade da família, dos ensinamentos. Eu tenho quatro filhos, um deles me chegou pela adoção. Todos estão encaminhados na vida. Seguem suas carreiras e seus estudos. A minha família ganhou muito com a adoção. Eles aprenderam a respeitar quem não tinha o mesmo DNA deles. Isso foi um processo. Quando eu cheguei na Comarca de Várzea Grande, em 1985, tínhamos a Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (Febemat), local onde os adolescentes infratores eram conduzidos, mas eu me recusava a mandar as crianças por pequenos problemas pra lá. Conseguíamos coloca-los em casas de famílias. Esse contato com a estrutura familiar é essencial. As crianças reagem bem a isso. Como foi bom poder ensinar ao meu filho o que era verdura e proteína, como foi bom ler os primeiros livros pra ele, aos 12 anos de idade. O acolhimento faz bem, é comprovado. Temos as vantagens de um acolhimento familiar. Hoje temos 485 crianças e adolescentes em Mato Grosso, que poderiam estar em uma Família Acolhedora. Um período em que os laços poderiam estar sendo construídos. Quando alguém o cobrisse de noite, ele poderia desenvolver o sentimento de amor e respeito ao próximo. Faço algumas sugestões como esta de desenvolvermos as Famílias Acolhedoras”, expôs a desembargadora que é grande defensora da causa.
 
O procurador Paulo Prado concluiu a explanação também com experiências pessoais e ponderou pelo fortalecimento da Rede de Proteção. “Lembro-me de uma criança de seis anos que me segurou pelas pernas e pediu para achar alguém pra ela chamar de mãe. Vamos reunir toda a Rede, vamos mostrar aos gestores. Temos agora as facilidades dos meios eletrônicos, são econômicos e fáceis. Vamos fazer uma reunião e apresentar a Família Acolhedora. Vamos buscar na Ceja todos aqueles casais que tenham disponibilidade em adotar. Adoção é amor. Se são homos ou héteros, não importa. Bastam princípios. Achei muito interessante o corregedor convidar a APDM para participar deste debate. Muitas vezes as primeiras damas não têm a estrutura necessária para tocarem projetos, vamos viabilizar. Conversar sobre a possibilidade de vocês terem em seus Municípios estas Famílias Acolhedoras. Vamos dialogar com as Universidades. Termino com dizeres de Milton Nascimento, mineiro da terra da desembargadora Erotides: É importante que este dia se vá para que outros, bem melhores amanheçam”, disse o procurador.
 
Os profissionais participantes como assistentes sociais, conselheiros tutelares, enfermeiras e secretários municipais, mandaram perguntas que foram respondidas pelo chat. A programação do mês de maio da Adoção do Poder Judiciário de Mato Grosso continua. No próximo dia 31 haverá a Audiência Pública – 2021- Busca Ativa - Estratégias para inserção familiar de crianças e adolescentes acolhidos. Clique aqui para mais informações.
 
Veja AQUI o vídeo desta matéria.
 
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Ranniery Queiroz
Assessor de imprensa CGJ/TJMT