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28.04.2021 15:26
GMF lança edital para curso preparatório de pós-graduação para servidores e reeducandos
O Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário de Mato Grosso (GMF) deu início na noite desta terça-feira (27 de abril), ao projeto de extensão "Direito Humanos e Justiça em Mato Grosso: O GMF e o Acesso a Mestrados Reconhecidos Pela Capes". O programa apoiado pelo Judiciário de Mato Grosso conta também com as parceiras da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária e da Rede Mato-Grossense de Formação em Relações Raciais (MT UBUNTU). Para participar veja o Edital AQUI.O encontro foi promovido às 19h, por meio da plataforma Google Meet, e contou com as participações de quase 50 pessoas entre servidores do sistema prisional, reeducandos e reeducandas de várias unidades prisionais do Estado. O objetivo do curso é proporcionar mentoria acadêmica para pessoas privadas de liberdade e aos servidores do sistema prisional de Mato Grosso.
Para o mediador do evento, Lusanil Cruz, o projeto é humanístico e trata as pessoas com respeito e igualdade. "Fico muito feliz em participar de um plano dessa envergadura e que pensa no bem de todos", disse ao inaugurar o evento. Sua fala foi complementada pelo coordenador do GMF-MT, juiz Geraldo Fernandes Fidelis: "Não estamos aqui falando de prisão, de coisas que tratam de penalidades, mas sim de futuro e pensando grande ao vislumbrar pesquisadores e estudiosos no pós-muros. Não conheço um projeto igual no Brasil e sei que estamos fazendo história", apontou o magistrado.
Já a coordenadora do Núcleo de Educação em Prisões da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária, Fabiana Flávia de Magalhães Nascimento, a mudança só depende de nós mesmos. "A oportunidade está dada, basta abraçá-la com seriedade e disciplina que esses reeducandos podem vislumbrar um projeto de vida pós-sistema prisional", comentou. Durante o evento as coordenadoras do polo GMF, Alianna Cardoso Vançan e Patrícia Bachega, explicaram que o edital é uma carta convite destinada a 20 vagas para profissionais da secretaria adjunta de administração penitenciária.
O professor doutor, Paulo Alberto Vieira e coordenador do curso reiterou que mesmo sem saber, homens e mulheres fizeram história ao participar de uma solenidade com esse objetivo. "Esse encontro é um pontapé inicial para outros projetos de mesma envergadura", disse.
E se depender de Fernando de Carvalho, reeducando do presídio Major Eldo de Sá em Rondonópolis (a 212 km ao sul da Capital), a oportunidade já foi abraçada com todas as forças. "Certamente eu não tenho dúvidas que esse curso preparatório para ingresso em um mestrado ou doutorado é a primeira notícia boa que recebi desde que ingressei no sistema penitenciário. Sinto até meu coração aquecendo de esperança e vejo que agora sim, nós que cá estamos presos, temos verdadeiramente uma oportunidade de ressocialização ao acabarmos de cumprir a pena", narrou o reeducando..jpeg)
Para a reeducanda, Cleisa da penitenciária feminina Ana Maria do Couto Mey o curso é uma oportunidade de ganhar voz e representar as mulheres na luta contra a violência de gênero. "Farei o curso, conseguirei ingressar no mestrado ou no doutorado e darei voz aquelas que aqui estão e que são vitimas de alguma maneira. Quero poder representar as mulheres que não podem e não são ouvidas pela sociedade", anunciou.
As aulas iniciam na segunda quinzena de maio assim como no projeto 'Diferença que faz diferença: preparatório para ingresso em Programas de Pós-Graduação’. ambos os projetos são integralmente gratuitos. Ao todo 250 vagas são ofertadas, 31 delas preenchidas por pessoas privadas de liberdade. Há 25 professores de diversas áreas do conhecimento envolvidos no projeto e que ajudarão os cursistas a encontrar o caminho para a aprovação de seus projetos de pesquisa em universidades de todo o país e também no exterior.
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Ulisses Lalio
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
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