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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
Notícias

25.04.2019 14:46

Oficina no TJMT aborda o divórcio entre o casal e como preservar os filhos de traumas
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Entender as necessidades e compreender as razões do próximo são sentimentos imprescindíveis para quem lida com as dores humanas. Saber se colocar no lugar do outro e ter empatia também são necessários para avaliar qual é o verdadeiro desconforto do outro, sem que você se mantenha aprisionado em um conhecimento arcaico.
 
Medidas como essas permitem que, durante uma separação ou divórcio, os envolvidos (homem, mulher, adolescente e criança) passem de forma mais harmoniosa possível e menos traumática pelo momento. Assim é possível fazer a ruptura do relacionamento dos pais sem que eles se separem dos filhos.
 
Questões como essas acima integram a Oficina de Parentalidade, realizada nesta quinta e sexta-feira (25 e 26 de abril), no auditório Gervásio Leite, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O encontro é organizado pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) e é voltado para magistrados e servidores que trabalham com mediações de conflitos sociais em Cuiabá e nas comarcas do interior do Estado.
 
De acordo com a presidente do Nupemec, desembargadora Clarice Claudino da Silva, as oficinas feitas anteriormente já deram resultados nítidos dos benefícios dessa prática. “Nós já vimos os resultados claros de como as pessoas que passam pela Oficina de Parentalidade ficam mais conscientes do processo na área de família. Por isso é que resolvemos fazer uma grande multiplicação, formando facilitadores para que eles, onde passarem, façam a multiplicação dos pães. Essas pessoas foram escolhidas pelo perfil e pela vontade de contribuir com a sociedade em que vivem”, ressaltou.
 
A magistrada destacou ainda que hoje em dia, o desfazimento de relacionamentos é uma constante e o Poder Judiciário não pode ficar à margem. “O que nós temos a oferecer é essa ferramenta de conscientização para que cada um seja abordado no aspecto em que ele precisa ser no fim do relacionamento. Ou seja, cada qual em sua perspectiva e com o tratamento adequado ao seu perfil e ao seu papel nesse cenário. Sem essa separação do que é conjugalidade e parentalidade, nós tendemos a misturar as estações e o resultado disso é sofrimento e consequências para pais e filhos. As oficinas, então exercem um papel de prevenção e conscientização daqueles que vão trabalhar com o fim de um relacionamento seja ele um casamento, uma união estável ou ainda uma disputa pela guarda.”
 
O juiz Hildebrando Costa Marques, coordenador do Nupemec, complementa afirmando que a oficina é uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a ideia hoje é a interiorização da ação. “Nós realizamos regularmente oficinas de parentalidade em 13 comarcas do Estado e a ideia é que possamos expandir para pelo menos 40 comarcas. O principal o objetivo é ajudar os casais em separação e os filhos a lidarem com a nova situação familiar. É necessário que eles entendam que apesar de ter ocorrido uma ruptura do vínculo conjugal, a parentalidade prossegue. Nós teremos ex-cônjuges, mas nunca teremos ex-filhos, ex-pais ou ex-mães.”
 
A gestora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania dos Juizados Especiais Cíveis de Mirassol D’oeste, Marisa Minowa, conta como são realizadas as oficinas na cidade onde trabalha. “Na nossa comarca, por exemplo, nós convidamos para assistir às palestras os casais que, em uma mediação pré-processual [ações que ainda não foram judicializadas], é percebida que a relação caminha para uma separação ou ainda há indícios de alienação parental. Já nos processuais [ações judicializadas], a juíza intima o casal para participar. Falar de divórcio é complicado, então as pessoas entram na oficina chorando, mas saem com o coração grato por descobrir ferramentas para lidar com a situação”, ressalta.
 
O curso é ministrado pelas facilitadoras Vanessa Aufiero da Rocha, Fabiana Cristina Aidar da Silva e Cristina Palason Moreira Cotrim.
 
Keila Maressa
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3394/3393/3409