Custódia: Cuiabá realiza 176 audiências em agosto

As audiências de custódia são realizadas de segunda a sexta-feira, no período vespertino, no Fórum da capital. O projeto ainda é piloto e não contempla os presos em flagrante durante o fim de semana. Para o juiz Marcos Faleiros, responsável por presidir as audiências, a tendência é que Mato Grosso acompanhe a média nacional de ter aproximadamente 50% dos flagrantes convertidos em prisão preventiva.

O projeto audiência de custódia do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) prevê a apresentação do preso em flagrante a um juiz no prazo máximo de 24 horas, para que o magistrado avalie a real necessidade da prisão ou aplique uma medida alternativa ao encarceramento. Mato Grosso foi o quinto estado a aderir à inciativa quer está sendo implantada gradativamente no país. A expectativa é que com a audiência de custódia o quadro endêmico de superlotação das unidades prisionais seja superado.
Segundo a corregedora-geral da Justiça de Mato Grosso, Maria Erotides Kneip, essa prática representa uma evolução e traz importantes benefícios para o preso, o Estado e a sociedade. “Nem todos que forem presos em flagrante devem permanecer detidos provisoriamente. Junto a uma equipe multidisciplinar, é possível que o magistrado faça uma primeira análise sobre a necessidade de manutenção dessa prisão ou a imposição de medidas alternativas”, defende a desembargadora, destacando que a medida garante cidadania, credibilidade e celeridade ao Poder Judiciário.

Após a confirmação da identidade, o preso é atendido por uma equipe multidisciplinar formada por psicólogas, assistente social e técnica de enfermagem, que preenche um formulário chamado plano individualizado de atendimento (PIA). Nesse documento, constam informações como o histórico familiar, profissional e de saúde do preso, além de encaminhamentos necessários como tratamento para dependência química, atendimento psicológico e vaga de emprego no Sine. Após a finalização dessa etapa é que o preso vai para a audiência com o juiz.
Para o gerente de custódia e monitoramento, Pedro Ferreira Martins Filho, o trabalho realizado é excepcional. “A audiência de custódia ajuda a prevenir e combater a reincidência, uma vez que o preso é encaminhado para tratamento médico ou para uma vaga de emprego. Além disso, evita que ele seja levado para a penitenciária desnecessariamente”, avalia, acrescentando que de 20 a 30% dos presos são encaminhados para tratamento do vício em drogas e álcool.
Em Mato Grosso, o projeto audiência de custódia conta com apoio das secretarias de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), de Trabalho e Assistência Social (Setas) e de Segurança Pública (Sesp), do Ministério Público e Defensoria Pública.
Leia mais:
Ana Luíza Anache
Assessoria de Comunicação CGJ-MT
corregedoria.comunicacao@tjmt.jus.br
(65) 3617-3571/3777