Central de Conciliação atua em processo de 2º Grau

Diariamente, os servidores da Central aplicam ferramentas próprias da mediação e da conciliação para levar às partes a um acordo em que ambas saem satisfeitas, abrindo um espaço apropriado para o diálogo e a percepção do outro.
Recontextualização, afago, inversão de papéis, teste de realidade, geração de opções são algumas das técnicas aplicadas na Central para promover a reflexão das partes em litígio, em audiências que duram, em média, de duas a três horas.

“Mesmo estando em Segundo Grau, as partes querem conversar, querem falar o que estão passando. É papel do mediador transformar essa fala numa fala mais harmoniosa, de acordo com o interesse da pessoa, de uma forma neutra, pacífica, fazendo as partes verem o conflito de uma outra forma com foco no que precisa ser resolvido”, pontua.
Atualmente, há duas formas de encaminhar os processos de 2º grau para a Central. O desembargador-relator identifica a possibilidade de composição diante do caso concreto e o remete para uma audiência de conciliação ou mediação. A segunda maneira é feita pelo advogado das partes, que peticiona para o relator o pedido de audiência e o magistrado analisa o deferimento. Tudo vai depender da natureza do conflito, dos aspectos envolvidos na disputa e se é possível resolver a situação com uma mudança de pensamento das partes.

Os casos que são remetidos à Central vão desde pensão, divórcio, partilha de bens até contratos, cobrança de dívidas e direito empresarial. Este ano, entre janeiro e outubro, foram realizadas 158 audiências.
Uma dessas audiências teve como parte o empresário Ali Omar Lakis, na tentativa de estabelecer um acordo para o processo judicial de compra e venda de um imóvel que já se alonga por oito anos.

No caso de Ali, a desembargadora-relatora, Clarice Claudino da Silva, determinou que fosse realizada a audiência na Central de 2º Grau. Na visão do advogado do caso, Bruno Sorna, “um acordo é bem vindo em qualquer momento. Infelizmente não houve uma proposta satisfatória para as partes, mas é importante ter essa abertura para o diálogo”.
Ganho de tempo – Um dos maiores benefícios do trabalho da Central de 2º Grau é o ganho de tempo para encerrar definitivamente o conflito. Para o advogado Leonardo França, que também teve um processo remetido à Central, as audiências de mediação e conciliação demonstram que, em muitos casos, é mais vantajoso firmar um acordo do que aguardar o trâmite normal do processo.

Leonardo defende que o advogado deve saber separar a parte pessoal da profissional diante dos processos em que atua, no sentido de defender o interesse do cliente, mas também alertar de que há casos que não compensam o litígio tradicional, de forma que o processo se arraste por muitos anos, sendo mais vantajoso utilizar a composição para encerrar o conflito.
A Central de Mediação e Conciliação de 2º Grau funciona no Anexo Desembargador Antônio Arruda, dentro do Palácio da Justiça. Para entrar em contato com o setor, o telefone é (65) 3617-3831/3849 e o endereço de e-mail central.tribunal@tjmt.jus.br.
Mylena Petrucelli
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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