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 13/12/2021   14:53 

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Violência psicológica infantojuvenil deixa marcas que duram para sempre

Identificar sinais de possíveis agressões contra crianças e adolescentes é fundamental para romper o ciclo de violência. A violência psicológica é o tipo de abuso mais comum e não deixam marcas aparentes, mas podem durar para sempre. É caracterizada por qualquer ato que cause prejuízo emocional, com dano ao pleno desenvolvimento ou que diminua a autoestima.
 
As equipes multidisciplinares (psicólogos (as) e assistentes sociais) do Poder Judiciário de Mato Grosso atuam no acolhimento, escuta ativa para minimizar os impactos desse tipo de violência. Foi o que explicou a psicóloga do Fórum da Comarca de Várzea Grande, Edna Máxima de Oliveira.
 
“Os profissionais precisam estar capacitados para acolher a vítima de violação. É importante amparar, ter empatia, saber escutar, porque muitas vezes a criança ou adolescente só querem ser ouvidos. Para evitar a revitimização não adentramos na situação porque a maior parte [das vítimas] já passou por delegacia, pelo conselho tutelar, por hospital e teve que contar a história várias vezes. Quando chega ao Judiciário, na Vara da Infância, tentamos acolher de uma forma que ela não se sinta mais violada e tenha seus direitos resguardados.”
 
Essa conduta faz parte do protocolo integrado de atendimento às crianças e adolescentes vitimas ou testemunhas de crimes, implementado pela presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Maria Helena Póvoas, em todo Estado, por meio de convênios.
 
O protocolo assegura garantias e direitos e traz regras para padronização do primeiro atendimento às vítimas infanto-juvenis.
 
Se o abuso emocional ocorre de forma precoce, prolongada ou intensa, maior e mais permanente serão os danos para a criança ou o adolescente. Infelizmente, muitos casos são praticados por pessoas que possuem algum vínculo afetivo com a vítima e as consequências afetam diretamente o desenvolvimento físico e emocional.
 
Formas de violência psicológica - Ameaças, controle excessivo, ofensas, críticas maldosas e em excesso, comparações e humilhações. Condutas que fazem com que a vítima se sinta incapaz, negligenciada e diminuída. Situações que podem durar anos, já que muitas vezes a criança ou adolescente não sabem o que está acontecendo.
 
Quando a criança ou adolescente passa por esse tipo de situação ela sente muito estresse e ansiedade e está sempre em estado de alerta por medo de contrariar ou decepcionar o abusador. Há casos de depressão, problemas de autoestima e estresse pós-traumático.
 
A psicóloga explica que como consequência do abuso emocional em crianças pode ocorrer diurese noturna (urinar na cama) e em adolescentes, o uso de bebida alcóolica e drogas. A vítima pode também se isolar ou passar a ter comportamentos rebeldes.
 
“Cada criança pode apresentar sintomas emocionais diferentes, pois cada caso é diferente do outro e é algo complexo porque a gente não sabe como vão se deparar com o abuso. Cada criança pode apresentar uma situação diante da violação.”
 
De janeiro a setembro de 2020 e 2021, em Mato Grosso, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT) registrou 22 e 28 casos, respectivamente, em que crianças ou adolescentes foram submetidas a vexame, um aumento de 73%. No ano passado, foram 80 denúncias de calúnia e 110 este ano, aumento de 38%.
 
O artigo 227 da Constituição Federal mostra o dever da família, da sociedade e do Estado de colocar a criança e o adolescente a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), garante o direito à liberdade, à dignidade e ao respeito e a inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente.
 
Ao perceber medo, ansiedade ou estresse, fique atento porque qualquer tipo de violação contra crianças e adolescentes deve ser denunciado.
 
Disque 100 ou 197!
 
Campanha – Para coibir o aumento de números de violência infantojuvenil a Coordenadoria de Comunicação do TJMT lançou a campanha “O monstro fora do conto”. A iniciativa atende recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está sendo realizada pelos tribunais brasileiros para alertar, informar e conscientizar a população sobre a importância da denúncia. Desde o dia 22 de novembro o TJMT tem divulgado materiais em todas as suas mídias: portal, rádio, TV e redes sociais.
 
Para ler mais matérias sobre a campanha confira as notícias abaixo:
 
 
 
 
 
 
 
Dani Cunha
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br