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 25/02/2025   16:53   

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Cuidando de 1 bebê por um dia: gravidez na adolescência é tema de ação de conscientização em Colniza

“Não imaginava que era tão difícil cuidar de um bebê”. “Não quero ter filhos”. “É desesperador não saber o motivo do choro do bebê!” As frases são relatos de alunos do 6º ano da Escola Municipal Bom Jesus, do município de Colniza, com idades entre 11 e 12 anos. O grupo está entre os 300 estudantes que deverão ser impactados pela campanha Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As ações, que preveem a conscientização sobre a gravidez precoce, são executadas pela Comarca de Colniza durante todo o mês de fevereiro. 

A dinâmica “Cuidando de um bebê por um dia” mudou a percepção dos alunos que participaram das atividades desenvolvidas pela facilitadora de Círculos de Paz e psicóloga na Comarca, Gisseli Vilas Boas. “O objetivo foi sensibilizar os alunos para os desafios da maternidade e paternidade precoce”, explica.

A atividade fez parte de um momento do ‘Círculo de Construção de Paz: a escolha de ser pai/mãe’ e exigia que os alunos cuidassem de um bebê (representado por um balão). Durante o período, o bebê chorava, defecava, tinha fome, ficava doente e demandava atenção e cuidados dos pais fictícios. 

“Dados mostram que a gravidez precoce está frequentemente associada à evasão escolar, à limitação de oportunidades profissionais e a dificuldades socioeconômicas. Como sociedade, temos o dever de garantir que nossos jovens possam trilhar um caminho com mais escolhas e menos riscos. O Poder Judiciário, dentro de sua missão de proteger a infância e a juventude, apoia iniciativas que promovam a conscientização e a prevenção, pois entende que a informação é uma ferramenta poderosa para a construção de um futuro mais promissor”, aponta o juiz Guilherme Leite Roriz, da Vara Única da Comarca de Colniza. 

Gisseli, que também é servidora efetiva pela Secretaria de Educação e Cultura de Colniza (Semec), conta que a ideia partiu da equipe multidisciplinar (psicóloga, assistente social e psicopedagoga), que lidam diariamente com o assunto. 

“Ainda em 2025, existe um tabu sobre o assunto nas famílias da comunidade. Os alunos sentem vergonha ou timidez de perguntar para os pais, sendo que o ideal seria que eles ouvissem seus filhos sem pré-julgar. Os alunos estão na fase da puberdade, os corpos estão mudando, sentimentos e sensações e é normal que sintam curiosidades e estejam com dúvidas”, aponta a facilitadora que aplicou a metodologia da Justiça Restaurativa durante a ação.

Durante o círculo, os estudantes sentiram-se seguros para falar sobre sexualidade, gênero, menstruação, abandono, preconceito e bullying. 

“Esses espaços de conversa permitiram que dúvidas fossem esclarecidas e que medos e inseguranças fossem compartilhados de maneira acolhedora e respeitosa”, pontuou o magistrado. 

Alguns dos questionamentos feitos pelos estudantes incluíram dúvidas de como saber se estou pronto para ser mãe ou pai? Por que algumas famílias evitam falar sobre isso? O que posso fazer para ter mais controle sobre o meu futuro? 

“Essas perguntas mostram o quanto os adolescentes querem entender mais sobre suas próprias vidas e como a educação é um caminho essencial para isso. A escola tem um papel fundamental nesse processo”, destacou o juiz Guilherme Leite. 

Justiça Restaurativa

Os Círculos de Construção de Paz são realizados pelo Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), o órgão de gestão da Justiça Restaurativa no Estado de Mato Grosso.

As técnicas utilizadas pela Justiça Restaurativa, como os Círculos de Construção de Paz e os Círculos de Resolução de Conflitos, buscam conscientizar os envolvidos sobre a responsabilidade de cada um. A aplicação do Círculo de Construção de Paz: a escolha de ser pai/mãe atende a uma das atribuições do NugJur, que prevê a aplicação das práticas restaurativas na jurisdição da infância e da juventude.

Priscilla Silva

Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT

imprensa@tjmt.jus.br

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