Poder Judiciário de MT inicia coleta biométrica de custodiados em todas as comarcas polos do Estado
Para que o acesso a direitos básicos como saúde,
educação e trabalho não sejam negados por ausência ou erro de registro civil, o
Poder Judiciário de Mato Grosso expandiu ação de identificação civil para as
pessoas privadas de liberdade em todo o Estado. A iniciativa prevê que, até o
dia 17 de fevereiro, 12 comarcas (dez polos) iniciem a coleta biométrica
daqueles que derem entrada no sistema penitenciário do Estado, a partir da
audiência de custódia.
A iniciativa já aconteceu nas audiências de
custódia no Fórum da Comarca de Cuiabá, desde outubro de 2024.
O anúncio do ‘Dia D - Identificação Civil para
as Pessoas Privadas de Liberdade’ ocorreu na tarde dessa segunda-feira (10 de
fevereiro), em evento virtual, e atende a Resolução do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) n.º 306 de 2019.
A ação
marca início da coleta biométrica nas comarcas polos regionais, que será
realizada pelo Judiciário de Mato Grosso, por intermédio do Grupo de
Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo do Estado
de Mato Grosso (GMF), Corregedoria-Geral do Estado (CGJ-MT), em conjunto com o
Governo do Estado. O trabalho também conta com o apoio técnico do programa
Fazendo Justiça do CNJ, um dos eixos do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud).
“A falta de identificação dificulta a reinserção
dos reeducandos em programas de ressocialização. Presos que não têm nenhum
documento não podem ter inscrição em programas básicos, conseguir um emprego,
nem abrir uma conta no banco. O Dia D é importante para garantir a
identificação civil dos reeducandos, para terem acesso a direitos básicos como
trabalho e educação”, chamou a atenção o supervisor do GMF, desembargador
Orlando de Almeida Perri.
Esse trabalho será realizado por servidores do Poder
Judiciário que atuaram em todas as comarcas polos do Estado (Cáceres, Sinop,
Alta Floresta, Diamantino, Tangará da Serra, Rondonópolis, Primavera do Leste,
Barra do Garças, Juína, São Félix do Araguaia), além das comarcas de Porto
Alegre do Norte e Colíder. Todos foram capacitados e habilitados para
realizarem as identificações, por meio de kits de decadatilar (coleta da
impressão digital dos dez dedos).
A verificação da identidade e coleta de dados
irá alimentar o banco de dados de Identificação Civil Nacional (ICN), gerido pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Responsável pelo eixo identificação civil do
GMF, a juíza Paula Tatiana Pinheiro, falou da importância de autenticação civil
na “porta de entrada” do sistema para pôr fim a um problema estrutural, que
pode iniciar já no ato da prisão.
“É primordial identificar no ato de entrada para
saber quem estamos prendendo, a fim de registro de antecedentes. A partir disso
podemos esclarecer crimes futuros. Porém, acima de tudo, é garantir que essas
pessoas tenham acesso aos direitos mínimos. Lembrando que elas estão privadas
de liberdade e direitos políticos, mas não podem ter cerceados os outros
direitos”, destaca a juíza Paula Tatiana Pinheiro.
O juiz-auxiliar da Corregedoria, João Filho de
Almeida Portela, também destacou o impacto da ação no futuro dos que estão
privados de liberdade hoje. “A Corregedoria trabalha em apoio à ação de
identificação e reforçamos que esta é uma obrigatoriedade que vem ao encontro dos
direitos humanos e estamos à disposição para atuar nesta frente de trabalho”.
Também participaram da solenidade de lançamento
do ‘Dia D - Identificação Civil para as Pessoas Privadas de Liberdade’ o juiz coordenador do GMF, Geraldo Fernandes
Fidelis Neto; a coordenadora da área de documentação e identificação civil do
Programa Fazendo Justiça do CNJ, Virgínia Bezerra Bettega Popiel; e o secretário
de Justiça do Estado de Mato Grosso, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira.
Priscilla Silva
Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT
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