Audiência debate inovação no setor público e propõe ações com foco no cidadão
Especialistas de renome se reuniram no Tribunal de Justiça de Mato Grosso
para discutir a transformação digital no setor público, durante audiência
pública realizada na tarde desta segunda-feira (14 de abril). O evento contou
com a participação de mais de 200 pessoas presencialmente e mais de 1.200
online.
O segundo painel da audiência reuniu o juiz
Johnny Gustavo Clemes, do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), e o diretor
da IProcess Soluções em Tecnologia, Eduardo Brito, que participou de forma
virtual. O tema foi a inovação disruptiva no setor público, com mediação da
juíza Joseane Quinto Antunes, coordenadora do Laboratório de Inovação
(InovaJusMT).
Johnny Clemes, vice-diretor da Escola da
Magistratura do TJRO e doutor em Ciência Política, apresentou quatro eixos
considerados fundamentais para a disrupção: cidadania digital, uso de dados
(data driven), realidade virtual e aumentada, talentos e competências, ética e
humanização.
O magistrado destacou que, nesse processo de
transformação, é inevitável o uso de robôs no julgamento de processos. “Mas, em
todos os casos, o magistrado precisa estar no controle, exercendo o senso
crítico para identificar desconformidades e promover correções rapidamente”,
afirmou.
Eduardo Brito observou que o setor público, de
forma geral, ainda carece de melhorias nos processos, uso de tecnologia e
cultura de inovação. Ele defendeu a necessidade de mapear os fluxos de trabalho
antes de inserir soluções tecnológicas. “Antes de fazer uma automação, temos
que olhar para o processo e pensar se ele deve ser feito da forma como está.
Não adianta automatizar algo que está errado”, ressaltou.
O terceiro e último painel abordou a rede de
inovação e integração dos serviços públicos de Mato Grosso. O debate foi
conduzido pelo juiz Vinicius Paiva Galhardo, coordenador do Centro Judiciário
de Solução de Conflitos (Cejusc) de Comodoro, com participação do
superintendente de Governo Digital e Inovação em Práticas Públicas da
SEPLAG-MT, Washington Fernando da Silva, e do diretor da ProValore Consultoria,
Joel Solon Farias Azevedo.
Washington compartilhou experiências de inovação
no governo estadual e ressaltou que a cultura organizacional é o principal
fator para o sucesso do processo. “Mesmo com aparato político e investimento,
se não trabalharmos a mentalidade, a cultura e não prepararmos as pessoas, não
teremos êxito”, afirmou.
Joel Azevedo destacou que a tecnologia deve ser
usada para facilitar a vida da população e tornar os serviços mais acessíveis.
“Servidores e magistrados fazem muitas atividades que poderiam ser executadas
por máquinas. Precisamos trabalhar menos e melhorar a qualidade do serviço
público”, defendeu.
Ao final do evento, o coordenador da
Corregedoria-Geral da Justiça, juiz João Gualberto Neto, apresentou as
principais deliberações da audiência, alinhadas ao compromisso da Corregedoria
com uma gestão simples e eficaz:
1 – Plano de ação para ampliar a transição de
trabalhos manuais para eletrônicos, revisando fluxos decisórios para que sejam
centrados no usuário.
2 – Promover a criação de mais núcleos da justiça
4.0, ampliando a acessibilidade e eficiência da justiça.
3 – Adoção de modelos de referência que
incentivem a cidadania digital e a educação digital de servidores e
magistrados, preparando diferentes gerações para essa transformação que se
prega.
4 – Ampliar o uso de tecnologia que seja madura e
acessível para a automação de tarefas repetitivas e complexas.
5 – Implementar programas de capacitação contínua para magistrados e servidores.
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Vlademir Cargnelutti / Foto: Lucas Figueiredo
Assessoria de Comunicação da CGJ-TJMT
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