Layout da nova Central da Saúde Pública é apresentado com foco em acessibilidade e integração
Após a assinatura do Termo de Cooperação Técnica
n.º 3/2025, no dia 07 de maio, representantes do Tribunal de Justiça de Mato
Grosso (TJMT), Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Ministério Público do
Estado (MPMT) e Defensoria Pública do Estado (DPMT) se reuniram em Cuiabá para
conhecer o layout da futura Central de Conciliação da Saúde Pública de Mato
Grosso. A proposta é promover um espaço inovador e integrado de atendimento à
população, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades no acesso a
procedimentos, exames e medicamentos ofertados pelo SUS.
Espaço será ponto único de
orientação e conciliação
Durante o encontro, foram discutidos detalhes da
estrutura física e funcional do novo espaço, que será instalado no antigo
prédio da SEDEC, na Avenida Getúlio Vargas. O objetivo é garantir que a central
atenda às necessidades de acessibilidade, conforto e integração entre os órgãos
envolvidos. A Central reunirá, em um só local, representantes da Regulação
Estadual e Municipal, Defensoria Pública, Ministério Público e o Centro
Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc) da Saúde.
Para o juiz auxiliar da Presidência do TJMT, Agamenon Alcântara Moreno Júnior,
coordenador do projeto, o diferencial da central está em oferecer uma porta de
entrada mais resolutiva para o cidadão. “Nosso objetivo é evitar que o cidadão
tenha que peregrinar entre órgãos para conseguir o que lhe é de direito.
Queremos que ele encontre, num único local, todas as respostas que precisa, com
acolhimento e dignidade”, afirmou.
Ele destacou ainda que a estrutura foi pensada para
promover acessibilidade e fluxo funcional. “A localização é excelente, com
fácil acesso por transporte público. O térreo será o ponto central de
atendimento, com triagem, recepção da Secretaria de Saúde e espaços reservados
para a atuação da Defensoria, do Ministério Público e do Cejusc. O layout
apresentado está de acordo com o que idealizamos: um ambiente integrado,
acolhedor e eficiente”,
Integração que evita
judicialização desnecessária
Segundo o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, a Central de
Conciliação da Saúde não deve ser confundida com a Central de Regulação já
existente. “Essa central de conciliação é um momento que pode até anteceder a
regulação, com foco em evitar a judicialização. Queremos buscar a
resolutividade que atenda ao cidadão com mais agilidade”, explicou.
Figueiredo também informou que o prédio passará por
uma reforma completa para receber as equipes da SES e das instituições
parceiras. “Estamos preparando um espaço moderno e funcional. A previsão para
conclusão da reforma é de seis meses. Paralelamente, as instituições vão
trabalhar no desenho dos fluxos de atendimento e dos processos internos para
garantir eficiência e integração”.
Promotoria: conciliar, mas
respeitar a fila da regulação
O promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira Neto ressaltou que o diferencial da
central está na atuação estratégica dos órgãos que farão parte do atendimento.
“Ela não será um instrumento para furar a fila da regulação, e isso precisa
ficar claro para todos. O papel da central será entender o fluxo da saúde,
identificar gargalos e buscar soluções estruturais, além de mediar conflitos”.
Milton destacou que, por reunir Ministério Público,
Defensoria, PGE e SES no mesmo local, a central permitirá um diagnóstico mais
preciso das falhas no sistema. “É uma forma de entender por que há filas, onde
estão os problemas e direcionar a atuação institucional. Isso permite que, por
exemplo, o MP cobre a ampliação de serviços com base em dados reais, otimizando
a resolutividade”.
Defensoria: mais informação,
menos processos
O defensor público e coordenador do Grupo de
Atuação Estratégica da Defensoria na Saúde (GAEDIC), Fábio Barbosa, também avaliou positivamente a proposta e o layout
apresentado. “As perspectivas são muito boas. A Defensoria é, hoje, a instituição
que mais judicializa ações na área da saúde. E sabemos que essa não é a melhor
solução. Quando o cidadão tem informação qualificada e compreende sua situação
na fila, muitas vezes consegue aguardar sem recorrer ao Judiciário”.
Ele revelou que somente em 2024, a DPMT já
ultrapassou 5 mil ações judiciais relacionadas à saúde. “A maioria envolve
cirurgias eletivas e fornecimento de medicamentos. Com essa nova estrutura,
poderemos reduzir esses números significativamente, promovendo soluções
pré-processuais mais rápidas e humanas”.
Próximos passos
Com o layout apresentado e os ajustes em andamento,
o projeto entra agora na fase de execução física do prédio e construção dos
fluxos internos entre as instituições. A expectativa é que a Central esteja
pronta para funcionamento em até seis meses, representando mais um avanço do
Judiciário e dos parceiros públicos no enfrentamento dos desafios da
judicialização da saúde em Mato Grosso.
“O mais importante agora é deixar claro à população a finalidade dessa central. Ela não substitui a regulação, mas cria um espaço onde todos os atores do sistema possam oferecer uma informação clara, completa e, principalmente, ações concretas antes que o cidadão precise entrar na Justiça”, finalizou o juiz Agamenon.
A juíza Cristiane Padim da Silva, coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do TJMT, esteve presente na apresentação.
Flávia Borges / Foto: Alair Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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