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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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19.01.2016 17:57

Modernização do Judiciário: da datilografia ao PJe
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No próximo domingo (24 de janeiro) comemora-se o Dia Nacional do Aposentado. Para celebrar a data e fazer uma homenagem àqueles que dedicaram tantos anos de suas vidas ao Poder Judiciário mato-grossense, a Coordenadoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso realiza uma série de reportagens, que serão divulgadas no Portal do TJMT e também na TV.JUS, com magistrados e servidores aposentados. Nesta primeira matéria, eles falam sobre como veem o processo de modernização da Justiça.
 
Nomeado juiz em 1958, o desembargador aposentado João Antônio Neto conta que viu o Judiciário passar por mudanças significativas de lá para cá. “Naquele tempo só existia uma mulher na magistratura, nossa querida e valorosa colega Shelma Lombardi de Kato. Hoje, existem muitas juízas e desembargadoras no Poder Judiciário e elas são de primeira linha. Acredito que a Justiça evoluiu muito nesse campo, ao absorver as mulheres. Tanto que a atual corregedora e a vice-presidente da instituição são mulheres e muito competentes”, pontua.
 
O desembargador acredita que assim como a inserção da mulher no Judiciário, a evolução tecnológica da instituição também é necessária. “A modernização é essencial para o Judiciário e ela está acontecendo. Os computadores estão inseridos na nossa sociedade há algum tempo e não há como negar que eles têm dado conta do recado. O Processo Judicial Eletrônico, por exemplo, era algo inimaginável. A verdade é que a tecnologia melhora muito o funcionamento dos órgãos. Lembro-me que trabalhávamos na caneta e na máquina datilográfica. A televisão estava apenas começando. Eram tempos bem mais difíceis”, conta.
 
O juiz aposentado Manoel Ribeiro Filho também se recorda do tempo em que usava telegrama e máquina de datilografar. “Acredito que tudo deva passar pela tecnologia hoje em dia. É claro que nós, que somos da antiga, temos um pouco de dificuldade, pois não crescemos dentro desse panorama. Somos da época da máquina de datilográfica, onde se colocava de quatro a cinco carbonos para tirar cópias e não se podia errar. Hoje, basta deletar e arrumar. É um avanço e acredito que seja para o bem, para melhorar”, diz.
 
Sobre a implantação do PJe no Judiciário mato-grossense, o juiz acredita que a ferramenta irá trazer mais celeridade. “Acredito que a virtualização dos processos judiciais vai otimizar os fluxos e rotinas, trazendo mais celeridade processual e melhorando a prestação jurisdicional”, argumenta.
 
Entre os vários fatos que marcaram a carreira do magistrado no Judiciário, ele se recorda com carinho de quando assumiu sua primeira comarca. “Quando cheguei a Guiratinga para tomar posse, verifiquei que lá não havia fórum e nem sequer uma casa onde poderia funcionar o fórum. Os móveis e processos estavam na sala de aquecimento do campo de futebol da cidade, misturado com o material esportivo. Cheguei a realizar uma audiência lá, mas logo em seguida fui em busca de um novo local. Vi que havia uma escola que pertencia à igreja católica e fui ao encontro do bispo pedir que nos alugasse o espaço para instalar o fórum. Disse que se não fosse feita a locação, eu teria que pedir remoção. Então, instalarmos o fórum em duas salas de aula temporariamente. Foi uma dificuldade muito grande, mas que conseguimos superar. Hoje sei que Guiratinga possui um fórum bom", afirma.
 
Para o desembargador aposentado José Silvério Gomes, a tecnologia está trazendo inovações jamais imaginadas na época em que ele atuava. “Lembro-me de um período em que não tínhamos televisão e nem telefone nas comarcas. Ficávamos isolados uns dos outros. Hoje, a internet permite que o juiz consulte a jurisprudência antes de fazer a sua decisão. Mas, a inovação mais importante trazida pela internet foi o Processo Judicial eletrônico (PJe), que permite que todos tenham acesso aos processos de onde estiverem e a qualquer momento. O PJe inclusive começou a ser implantado na minha gestão”, ressalta.
 
Também a servidora Rosemary Pereira Correa, enfermeira aposentada do TJMT, lembra com saudade da época em que entrou no Judiciário e das mudanças tecnológicas que ocorreram até sua aposentadoria. Admitida na década de 90, quando começou a trabalhar todos os relatórios eram datilografados e exigiam retrabalho para que ficassem prontos, o que estendia o tempo de finalização do documento. Quando se aposentou, em 2015, o progresso era inegável.
 
“Os recursos de informática eram escassos, não tínhamos computador no Ambulatório Médico, o que nos obrigava a passar um único relatório por quatro pessoas, antes da aprovação. Com o passar dos anos, os procedimentos se aprimoraram e nós recebemos computadores, então lutei para mudar a nossa realidade juntamente com outros colegas. Fizemos planilhas que tornaram menos trabalhosa a produção de relatórios, soluções simples, porém melhor que o que possuíamos. Assim foram dados os primeiros passos”, destaca.
 
Questionada sobre os programas utilizados para facilitar a entrega da prestação jurisdicional ao cidadão, Rose pontua. “Atualmente os programas estão mais modernos. O Processo Judicial eletrônico, por exemplo, eu não trabalhei com ele, mas sei que uma das vantagens é a economia de papel. Quem diria! O gasto de papel antes dos avanços tecnológicos era enorme, eu mesma cheguei a imprimir pilhas de planilhas para analisar”.
 
Ela finaliza ressaltando que fica feliz por fazer parte do processo de modernização do Judiciário mato-grossense. “Estou satisfeita com o trabalho que eu desenvolvi no TJMT. Com as escolhas que fiz. Participei da mudança e aprendi muito. Todos os cursos que fiz visando à modernização da Justiça do Estado de Mato Grosso foram úteis também para a minha vida pessoal. Se tivesse que começar tudo de novo, trabalharia novamente no Judiciário.”
 
 
Mariana Vianna/Keila Maressa
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3393/3394/3409