Enquete
Fechar
Enquetes anteriores

Poder Judiciário de Mato Grosso

 
Notícias

27.06.2016 13:02

Estações terapêuticas atendem 180 famílias em VG
Compartilhe
Tamanho do texto:
Cerca de 180 famílias que têm problemas com dependentes químicos participaram na sexta-feira (24 de junho) de uma audiência coletiva realizada no Núcleo de Práticas Jurídicas do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag). A ação faz parte do Programa Justiça Estações Terapêuticas, uma parceria do Juizado Criminal Unificado (Jecrim) de Várzea Grande, Ministério Público e a instituição de ensino, que há três anos oferece espaço físico e profissionais para realizar o trabalho.
 
Conforme a juíza do Jecrim de Várzea Grande e coordenadora do programa, Amini Haddad, as estações terapêuticas vão além do tratamento exclusivo do dependente químico, oferecendo amparo integral à família, que acaba assumindo o papel de co-dependência e que por esta razão também precisa de atendimento e atenção.
 
“Qual o sentido deste trabalho? Qual o objetivo das estações terapêuticas? Acolher não só o dependente químico, mas todos os familiares. Aqui cada faculdade é uma estação terapêutica é uma estação de acolhimento. Se a família ou o dependente precisar, por exemplo, de atendimento odontológico, médico, de serviço social ou de um psicólogo, será disponibilizado. Além disso, temos a possibilidade de internações e de tratamentos específicos, que nós podemos fazer mediante a atuação do Estado ou do município”, explica a magistrada.
 
O trabalho vai além. São oferecidos ainda cursos profissionalizantes, para que estas pessoas possam ser inseridas no mercado de trabalho e assim retomar suas vidas. “A intenção é olhar o humano, ou seja, o indivíduo e todas as suas necessidades. Para isso, nós buscamos todos os meios que são viáveis ao acolhimento destas famílias”.
 
As estações terapêuticas têm usado também a técnica das constelações para tratar o dependente químico e seus familiares. “Hoje nós temos uma ordem de estudos muito precisa com relação aos espaços que precisam ser ocupados por cada indivíduo na sua história, na sua família. As constelações que são formadas pelo próprio sistema da família é um enfoque muito rico que pode ser trazido também para o caso dos dependentes químicos. Na verdade toda a família se vê inserida na problemática da dependência, então precisamos de mecanismos e instrumentos que possam auxiliar e a constelação é um deles”.
 
Para a promotora Valnice Silva dos Santos, as estações terapêuticas é um projeto de extrema importância para as famílias que têm um dependente químico. “Aqui temos uma união de esforços para proporcionar as famílias dos dependentes orientação, encaminhamento e acolhimento. Na maioria das vezes essas famílias não sabem como lidar com a situação, muitas não admitem que têm o problema em casa, não sabem onde pedir ajuda e a quem recorrer. Esse trabalho é de extrema importância. A participação do Univag, oferecendo espaço e profissionais, é primordial. As pessoas encontram aqui serviços públicos, gratuitos e oferecidos por profissionais preparados, ou seja, é um atendimento com qualidade”.
 
A coordenadora do grupo terapêutico “Amor Exigente”, Roseli Dias Vidotti, ressalta que tratar o dependente químico e seus familiares é o caminho. “Quando tem um dependente na família, todos sofrem, principalmente as mães, que passam a ser co-dependentes dos filhos. Elas não vêm uma saída para o problema, sentem-se culpadas e refém dos fatos. O Amor Exigente vem para dar apoio a estas mães, fortalecer e mostrar para elas que não são culpadas de nada. Você não muda o outro se você não mudar. Você não é culpado do problema do outro, saber que os pais também são gente, que têm o direito de viver, independente do que o filho ou o marido escolheu para ele. Você tem que estar pronto para ajudar, mas não se sentir responsável pelo problema”.
 
“Após três anos de realização do programa e mais de cinco mil pessoas atendidas, posso afirmar que o programa é eficiente e determinante para a restauração da saúde física e mental dos dependentes químicos e da família. O indivíduo não existe só na sociedade, ele também está inserido na família e em vários outros campos e é preciso mostrar a eles que existem outras possibilidades”, esclarece a juíza Amini Haddad.
 
Jecrim de VG realiza Audiência Pública no dia 24
 
 
Janã Pinheiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3394/3409