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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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15.08.2019 11:44

Reeducandos colaboram com reforma da Cadeia Pública de Vila Rica
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Depois de ficar interditada por seis anos após um incêndio, a Cadeia Pública de Vila Rica (1.259 km a nordeste de Cuiabá) foi totalmente reestruturada com a mão de obra de detentos da própria unidade, de outros municípios, aliados à colaboração da população de Vila Rica e entes públicos, como Poder Judiciário, Prefeitura Municipal, Governo do Estado e Ministério Público.
 
Em 25 anos de profissão como pedreiro, R.D.C., de 49 anos, conta que nunca havia encontrado um trabalho tão dificultoso como esse. Ele e outros detentos construíram um muro de contenção com mais de cinco metros, feito com blocos de concreto. Cada bloco pesava 13 quilos e o balde de concreto 16 quilos, relembra, carregados com o esforço físico do trabalho sob o sol quente da cidade situada entre os Estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins.
 
“Foi uma obra que valeu a pena fazer. Nós ouvimos das pessoas que são gratas por ter ficado bom o trabalho, tanto da população como das autoridades. Para mim, apesar dos pesares, é uma honra participar desse trabalho. Ter o privilégio de trabalhar, realizar e ver a unidade pronta. Hoje estou na reta final da minha pena e posso dizer um dia que participei dessa construção”, afirma R.D.C.
 
O diretor da unidade penitenciária, Rivelino Pereira de Jesus, relembra o preconceito gerado inicialmente pela mão de obra dos detentos, até por parte de profissionais públicos. “Eu dizia: se é bom pedreiro lá fora, por que não é bom pedreiro aqui também? Não tem diferença nenhuma. E depois que fizeram o trabalho tão bem feito, a pessoa pediu desculpas direto para eles. Nós criamos uma relação de confiança e acredito que isso é ressocialização”.
 
Além do muro, foram reconstruídas as estruturas físicas da cadeia que foram danificadas pelo incêndio e também aquelas que estavam deterioradas por falta de manutenção. Com a reforma, a cadeia conta com um setor do regime fechado, outro do semiaberto, uma estrutura de apoio para o trabalho e horta. Posteriormente, serão construídas salas de aula, instaladas telas protetivas, serpentina e um gerador de energia.
 
“Nós estamos transformando a nossa cadeia em uma estrutura de penitenciária com uma dimensão menor. Ela ficou comparável, ou melhor do que as cadeias que conheço em São Paulo, ficou em um padrão muito bom. Costumo dizer que o preso um dia vai sair, isso é fato. E tem que sair ressocializado”, defende o juiz Ivan Lúcio Amarante, responsável pela Comarca de Vila Rica.
 
Mylena Petrucelli
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
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