Enquete
Fechar
Enquetes anteriores

Poder Judiciário de Mato Grosso

 
Notícias

16.08.2019 14:16

Recuperandos da Agrovila das Palmeiras recebem Círculo de Paz
Compartilhe
Tamanho do texto:
Recuperandos do Centro de Ressocialização Agrícola de Palmeiras receberam um apoio especial na última semana para o retorno à sociedade. Quatro duplas de facilitadores conduziram os 33 apenados em uma vivência. Divididos em quatro Círculos de Paz, todos envolvidos tiveram oportunidade de falar e expor suas dificuldades e desejos para melhorarem. “Percebi um trabalho psicológico, através das perguntas e consultas. Fez com que nós identificássemos de forma diferente o nosso próprio presente. Foi muito importante no sentido de resgatar respostas para nossas ansiedades, tristezas...e buscar nelas uma esperança de mudança no comportamento, talvez até no pensamento, na procura de um futuro melhor“, disse Antônio (nome fictício).
 
Ana Tereza é uma das facilitadoras, ela reforçou a necessidade e resultados do trabalho. “A área criminal é a que mais gosto. São seres humanos que cometeram erros e estão recolhidos em busca de esperança para um futuro melhor. Aqui eles têm oportunidade de serem ouvidos e não marginalizados. Com uma continuidade neste trabalho a sociedade ganhará pessoas que retornarão ao convívio de forma consciente. Sabendo o que praticaram e o que não se deve fazer”, defendeu a facilitadora.
 
“Foi uma oportunidade de avaliarmos nosso pensamento. Como queremos reintegrar, isso será muito bom e produtivo, tenho certeza”, disse José (nome fictício). “Eles começaram bastante acanhados, achando que a Justiça estava lá para massacra-los. Depois perceberam o trabalho de acolhimento. Eles não se conheciam e após a vivência, abriram um novo olhar para a liberdade. O Círculo ajudou a fazer uma reflexão antes, durante e a expectativa para depois do período de prisão. O que tiveram de perda, família, amigos. Perguntamos daqui a cinco anos como você se vê...e todos fizeram projetos para a retomada da vida. Um disse que por algumas horas sentiu o gosto da liberdade“, revelou a facilitadora, Sandra Félix.
 
“Já tinha ouvido falar do Círculo de Paz. Na cadeia o preso de certa maneira esfria a convivência, a empatia. A prisão forja negativamente o ser humano. Uma oportunidade onde a pessoa expõe seus sentimentos, dificuldades e anseios, só faz bem. Isso facilita muito a humanização e consequentemente o retorno ao convívio social. Qualquer ajuda que vier em busca de sensibilidade, amor ao próximo e respeito é bem-vinda. Queremos mudar essa realidade e precisamos de ajuda. O Poder Judiciário deixou de ser tão fechado e isso está sendo muito bom. Queremos aproveitar esta oportunidade e estender aos nossos agentes prisionais. Eles também querem vivenciar esta experiência, como disse o ambiente prisional muda a pessoa e esta é uma oportunidade de resgate para todos nós”, disse o diretor da unidade prisional, Pedro Marques.
 
“Conhecemos melhor o Círculo de Paz hoje e pudemos ver o quanto ele é importante. Ameniza aquela característica do sistema prisional e humaniza. Precisamos devolver à sociedade pessoas realmente aptas a este convívio e este trabalho se demonstra muito importante”, concluiu o Superintendente Regional Leste Anderson Santana.
 
Ainda participaram do trabalho em Palmeiras os facilitadores Wellington Corrêa, Claudete Pinheiro, Alessandra Calestini, Elvis Dourado, Dione Viana, Ubiraci Félix e Roseli Saldanha. O Círculo de Paz é desenvolvido pelo Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (Nugjur), presidido pela desembargadora Clarice Claudino da Silva, cujo coordenador é o juiz Túlio Duailibi Alves de Souza e a coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), juíza Cristiane Padim.
 
Leia mais:
Círculos de Paz promovem melhorias para internos em socioeducativo de Mato Grosso
 
 
Justiça Restaurativa: pesquisadora diz que MT é referência de efetividade
 
 
Ranniery Queiroz
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3393/3394/3409