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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
Notícias

29.08.2019 14:32

Judiciário realiza Círculo de Paz com adolescentes do Complexo Pomeri
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 Estimular a prática de projetos de vida através da Justiça Restaurativa está entre os objetivos dos Círculos de Construção de Paz, que foi realizado pelo Núcleo Gestor de Justiça Restaurativa (NugJur) do Poder Judiciário de Mato Grosso com os adolescentes  que estão no Complexo Pomeri cumprindo medidas socioeducativas, em Cuiabá. Essa é a primeira vez que a prática ocorre dentro da unidade.
 
A dinâmica consiste em dar voz a cada participante, para que possam contar sua história e auxiliar na construção e perspectiva de vida para o futuro. Os facilitadores que promovem a vivência também se conectam aos participantes falando sobre suas vidas, mostrando a característica da igualdade proporcionada, já que nos Círculos de Paz todos são iguais, ninguém é melhor do que ninguém.
 
Há dois meses no Pomeri, João*, aos 17 anos acredita que o círculo de paz vai auxiliar a pensar, fazer diferente após sair da unidade e mudar de vida. “Estou achando bom porque ajuda a gente a ocupar a mente. Agora eu quero estudar, fazer curso e trabalhar”, diz o jovem que sente saudade dos almoços de domingo com a família.
 
Francisco* está há três meses na unidade e afirma que o sentimento de participar da vivência do círculo é bom porque ajuda a refletir sobre o que vai fazer quando sair do local. “Ficar o dia inteiro na tranca é muito ruim. Estou gostando muito do círculo e o que mais me chamou atenção é como elas [facilitadoras] nos trataram, são educadas com a gente”, disse o jovem.
 
De acordo com a gestora do Juizado Especial da Infância e Juventude de Cuiabá, instrutora e facilitadora do NugJur, Claudete Pinheiro o objetivo maior é conscientizar adolescentes que participam de que é possível aguçar a visão para um amanhã melhor.
 
“Como queremos construir nossa vida daqui para frente? Claro que há uma história, um passado e por conta disso eles estão aqui. O objetivo do círculo não é tirar a responsabilidade de ninguém, muito pelo contrário, é conscientizar disso e a partir daí construir também um futuro e uma visão de vida que eles querem daqui para frente”, explica.
 
Em ações específicas com adolescentes o que Claudete Pinheiro ressalta são os resultados observados após a vivência dos círculos de paz é o fortalecimento do vínculo familiar. “Percebemos que é isso o que os jovens que participam dos círculos precisam. Muitas famílias estão desestruturadas, com mágoas”.
 
A vivência dos Círculos de Construção de Paz foi realizada para agentes do Sistema Socioeducativo de Cuiabá e de municípios do interior na semana passada, na Escola dos Servidores do Poder Judiciário. Até esta quinta-feira (29) serão realizados outros círculos com os homens do sistema provisório e também com as mulheres que estão privadas de liberdade na unidade de internação feminina e também do provisório.
 
*Nomes fictícios para preservar a identidade dos adolescentes.

Dani Cunha (texto e fotos)
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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