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30.03.2020 11:01

Ribeirinho Cidadão salva vida de mulher com grave infecção nos olhos
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As fortes dores que nascem na região dos olhos e tomam conta de toda a cabeça levaram dona Ana Aquina da Costa a buscar um médico oftalmologista durante a passagem do Ribeirinho Cidadão no distrito de Agrovila das Palmeiras, no dia 15 de marco. O olho estava visivelmente inflamado e “quase que pulando para fora da cabeça”, como resume a irmã e cuidadora Pedrina Aquino Pulquério. Mesmo assim, dentro da simplicidade em que vivem e sem acesso a um médico especializado, estavam aguardando os sintomas passarem.
 
Durante o atendimento oftalmológico na caravana as duas ficaram sabendo que, infelizmente, por conta do grave estado de infecção, Ana teria de ter o olho extraído. A situação chegou a um ponto tão extremo que o perigo era de a infecção se alastrar e tomar conta de todo o corpo, o que fatalmente a levaria ao óbito.
 
Começou, então, a movimentação para o que seria a solução de um problema que se arrastava há mais de ano. Foi chamado o juiz José Antônio Bezerra, um dos coordenadores do evento, que, juntamente com o médico e com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Santo Antônio, encontraram a solução de enviá-la para o hospital público de Várzea Grande, com prioridade, para que não houvesse outros danos à saúde. Todo o atendimento e encaminhamento foi gratuito.
 
Ana nem voltou para casa. Foi a irmã que dali mesmo foi pegar as roupas e as duas foram transferidas para o destino em que daria fim às dores sofridas. Ainda que precisasse extrair o olho, a notícia foi recebida como alívio, pois havia solução para anos de desespero. “Faz dois anos que eu trouxe ela no Ribeirinho para ela ver o oftalmologista e ela ficou de usar óculos. Depois disso, o olho estava bem vermelho, mas não parecia que estava grave. Levei ela no médico em Santo Antônio e ela foi diagnostica com pressão dentro do olho. Depois foi só agravando e agravando.”
 
Muito emocionada, Pedrina conta que ficou mais calma por terem encontrado uma solução para o desespero que a irmã vive, tendo em vista que ela reclama dia e noite de dores. “Acaba que fiquei aliviada porque eu estava muito preocupada. Já estava até passando mal e fui parar no hospital de tanta preocupação. Só de olhar para ela me doía muito porque ela reclama muito de dor no olho e na cabeça toda. Eu até me emociono porque se não fosse o Ribeirinho nunca que eu conseguiria fazer nada por ela. Agora o Ribeirinho salvou a vida dela porque mesmo que tenha que fazer a operação, se não fizer, ela poderia morrer.”
 
Diante da gravidade, as duas foram transferidas de ambulância para Várzea Grande.
 
Ana Aquina tem 51 anos e, apesar de não ser diagnosticada com deficiência mental, a irmã afirma que desde que ela sofreu um acidente vascular cerebral, em 2006, ficou com graves sequelas, precisando de ajuda para tudo. Ainda segundo a irmã, na ocasião, ela ficou 30 dias em coma e, quando saiu do hospital, havia sido abandonada pelo marido e as crianças foram parar no Conselho Tutelar de Santo Antônio, sendo depois realocadas na casa de familiares.
 
“Como ela chorava muito pelos filhos, o menor eu trouxe para morar com a gente. Mesmo assim, ela entrou em uma depressão muito profunda e, desde então, não fala coisa com coisa, tem hora esquece o que precisa fazer, e ainda virou criança. Ela não consegue fazer muitas coisas sozinha, precisa de ajuda para tomar banho, não faz sua própria comida e não pode ficar sozinha. Quando acha uma Q-Boa ela passa no corpo ou bebe, tudo que ela encontra de perigoso ela pensa que é brinquedo. Sabão, é só ver um que ela quer comer. Tive que parar de trabalhar para cuidar dela e de tanto me dedicar, eu acabei adoecendo também. Mas faço tudo com muito amor.”
 
Pedrina contou ainda que é extremamente grata ao Ribeirinho Cidadão que, cada vez que passa em Agrovila das Palmeiras, leva uma solução para vida da família. Ela registrou que há dois anos também sentia muitas dores nos nervos e médico nenhum encontrava uma solução para o problema. Naquela época, ela procurou o médico da expedição com todos seus exames e ele descobriu o que ela tinha e passou um tratamento por dois anos, o qual já está sendo finalizado.
 
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Keila Maressa / Fotos: Alair Ribeiro
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