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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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14.12.2021 14:12

Coordenadoria da Mulher de Mato Grosso realiza capacitação para servidoras da Ouvidoria da Mulher
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A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar no âmbito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Cemulher-MT) capacitou mais de 500 profissionais que atuam no enfrentamento da violência doméstica contra a mulher. O último curso ocorre nesta terça e quarta-feira (14 e 15 de dezembro) e é destinado às servidoras que trabalham na Ouvidoria da Mulher do Tribunal mato-grossense.
 
Ao todo são cinco capacitações para público interno que atuam nas Varas Especializadas sobre o tema, profissionais das Redes de Enfrentamento, equipes multidisciplinares (psicólogas e assistentes sociais), oficiais de justiça e demais servidores e servidoras de todas as comarcas do Estado e do TJMT.
 
A desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, coordenadora da Cemulher-MT e vice-presidente do Tribunal de Justiça, destaca o resultado positivo com as capacitações realizadas em parceria com a Escola dos Servidores.
 
“Essas iniciativas são muito importantes porque estamos realmente preparando nossos servidores e servidoras, colaboradores e colaboradoras que vão prestar serviço de melhor qualidade às nossas usuárias que são justamente as mulheres vítimas de violência doméstica. Nossa preocupação é levar conhecimento e informação às pessoas que trabalham na ponta para exercer suas atividades e temos tido bons resultados”, afirma.
 
De acordo com a magistrada, 2021 foi um ano produtivo mesmo com as capacitações realizadas de forma on-line. Além disso, ela conta que participou de alguns eventos em municípios do interior do Estado, com a temática para mulheres vítimas e agressores. “Os temas são de grande relevância. Enquanto estivermos à frente da Cemulher pretendemos realizar eventos regionais para discutir e desenvolver ações e para que as Redes de Enfrentamento realmente funcionem.”
 
A juíza Ana Graziela Vaz de Campos Correa ressalta a importância da capacitação voltada às servidoras da Ouvidoria da Mulher porque são elas que recebem as manifestações das vítimas de violência doméstica e precisam conhecer as peculiaridades da legislação, em especial da Lei Maria da Penha.
 
“Vou falar da questão histórica porque se a gente não estuda o passado não entendemos o presente, não sabemos por que até hoje a mulher morre com 30 facadas, por exemplo. [...] Temos que chamar atenção e alertar essas servidoras porque às vezes a mulher está correndo risco de morte, dependendo da denúncia que receberem, e por isso têm que saber para onde encaminhá-la. [...] O trabalho da Ouvidoria da Mulher é muito mais sensível, diferentemente da Ouvidoria, que vai passar informações do processo ou cobrar maior agilidade no trâmite processual”, explica.
 
Segundo explanou a juíza, 2006 foi o grande marco com a Lei Maria da Penha, que trouxe a criminalização específica da violência contra a mulher e prevê mecanismos para apuração e punição do agressor, além de apoio e assistência para as vítimas.
 
“Foi um grande marco porque antes se uma mulher sofria uma lesão o caso era resolvido nos Juizado Criminais. Fazia-se a transação penal, o processo era arquivado e o agressor continuava fazendo tudo de novo. Não tinha o que fazer porque não podia prender [o agressor]. Hoje o Judiciário tem mecanismos para prender o autor das agressões”, informa.
 
A magistrada disse ainda que Mato Grosso é referência nacional no que diz respeito à Lei Maria da Penha. “O Estado teve a primeira Vara especifica de Violência Doméstica instalada no Brasil. Teve o primeiro Processo Judicial Eletrônico (PJe) no país instalado em uma Vara de Violência Doméstica. Mato Grosso é reconhecido nacionalmente por ser o único tribunal que tem competência híbrida, onde os juízes e juízas das varas de violência doméstica, além de julgar processos criminais também julgam processos cíveis como ação de alimentos, divórcio, ação indenizatória. Isso é muito importante porque são magistrados e magistradas que têm mais conhecimento sobre o tema, já conhecem o histórico da mulher e do agressor”, comenta.
 
Nesta quarta-feira (15 de dezembro) ocorrerá o segundo e último dia da capacitação. Das 8h30 às 9h30 a desembargadora Maria Erotides Kneip falará sobre “Acolhimento e atendimento Humanizado”. Das 9h40 às 10h30 o assunto será “Redes de Enfrentamento e encaminhamentos”, com a assistente social da Cemulher-MT, Adriany Sthefany de Carvalho.
 
Nos links abaixo você pode conferir notícias sobre outras capacitações realizadas pela Cemulher-MT.
 
Capacitação para oficiais de justiça busca a efetividade em casos de violência contra mulher
 
 
Capacitação de profissionais da Rede de Enfrentamento aperfeiçoará atendimento das vítimas
 
 
Poder Judiciário realiza capacitação sobre papel da equipe técnica no atendimento de mulheres
 
Portal da Cemulher-MT está disponível na página principal do TJMT. O hotsite possui números, estatísticas e várias informações sobre violência doméstica em Mato Grosso e sobre ações desenvolvidas pela Cemulher-MT.
 
Veja o vídeo desta matéria.
 
Dani Cunha
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br