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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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24.10.2011 16:34

Defesa e acusação realizam primeiro embate
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Na tarde desta segunda-feira (24 de outubro), o julgamento da “Chacina de Matupá” (695km a norte de Cuiabá) teve continuidade com o embate entre a defesa e a acusação. O promotor de Justiça César Danilo Ribeiro de Novais assinalou que o evento pretende julgar os atos cometidos pelos acusado, e não dizer se são boas ou más pessoas. “Não estamos aqui para julgar pessoas, mas sim o que elas fizeram. O Ministério Público pede a condenação com base em provas”, disse o promotor. Houve pedido de condenação de dois dos quatro acusados.
 
Nesta quarta sessão de julgamento do Tribunal do Júri são julgados os réus Antonio Pereira Sobrinho, Roberto Konrath, Enio Carlos Lacerda e José Antônio Correia. Eles são acusados, juntamente com outros 14 acusados, pela morte de Ivacir Garcia dos Santos, de 31 anos, Arci Garcia dos Santos, 28, e Osvaldo José Bachinan, 32. As vítimas foram queimadas vivas na praça da cidade de Matupá, em novembro de 1990, após uma tentativa frustrada de roubo e seqüestro.
 
O promotor continuou o embate destacando que as vítimas não estavam certas, contudo, não tiveram a oportunidade de serem julgadas. “As vítimas cometeram crimes sérios. Sequestraram uma família, eram ladrões, está provado isso. Porém, eles são as vítimas desse processo, porque se não tivesse ocorrido o que aconteceu, eles seriam julgados. Não quero pintá-los de santos, mas são vítimas, pois foram assassinadas queimadas. As vítimas mereciam um julgamento justo, como os réus que estão hoje aqui. Se estivessem vivos, de vítimas não teriam nada, seriam os réus”, sustentou o promotor.
 
 Ele ainda leu carta da viúva de uma das vítimas, que teve um processo reconhecido pela Justiça. Nesse processo o Estado foi condenado a pagar determinada quantia referente a danos morais à família. Sustentou ainda o promotor que a Polícia Militar herdou uma mácula deixada por antigos profissionais. “É um inventário maldito de maus profissionais, de mais de 20 anos. Eles macularam o nome da Policia Militar e, na nossa visão, são os principais responsáveis pelo fato ocorrido”, opinou.
 
A promotora Daniele Crema da Rocha apresentou a conduta individualizada de cada um dos quatro réus: Antonio Pereira Sobrinho teria incitado populares e fornecido gasolina para Valdemir Bueno jogar nos presos. Como pairou dúvidas sobre quem adquiriu o combustível, a promotora pediu absolvição por falta de provas. Enio Carlos Lacerda (delegado de Peixoto de Azevedo) à época, foi acusado de ter facilitado a entrega dos presos aos populares, mas como era delegado de outro município, não teria autoridade sobre policiais militares. Foi pedida absolvição por ausência de provas.
 
José Antonio Correia, segundo a acusação, aparece no vídeo chutando a cabeça de um dos presos que está agonizando. De acordo com o laudo pericial, foram encontrados agentes físicos e químicos que colaboraram para o evento morte das vítimas. Foi pedida sua condenação. Já Roberto Konrath foi acusado de ter conduzido os presos para a chacina e contribuído para morte com um tiro de arma de fogo. A promotora pediu a condenação, pois ele admitiu que desobedeceu a ordem de ir para Peixoto de Azevedo. Também teria disparado tiros que alvejaram as vítimas. Houve pedido de condenação.
 
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