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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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09.10.2015 11:59

Juiz divide paixão entre magistratura e literatura
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“A vida de um escritor é pena em mão rumo ao infinito”, afirma o magistrado Wanderlei José dos Reis, titular da Primeira Vara Especializada de Família e Sucessões de Rondonópolis. Seis livros lançados, 88 artigos publicados e uma biblioteca com aproximadamente 2,5 mil títulos deixam evidente a paixão do juiz pela literatura. Um talento que foi despertado ainda na infância, quando o menino Wanderlei descobriu o gosto pela leitura e pela poesia.
 
A partir dos livros ele construiu e realizou sonhos, como o de ser escritor e o de ser magistrado. Hoje, Wanderlei é juiz há quase 12 anos e ocupa a cadeira nº 5 da Academia Mato-grossense de Letras (AML) desde 2007. Doutor e pós-doutorando em Direito, o juiz já atuou como professor de matemática, militar de carreira no Exército, servidor da Justiça Federal e delegado de Polícia em Mato Grosso.
 
Ingressou na magistratura em 2003, na Comarca de Chapada dos Guimarães (a 67 km de Cuiabá), após ser aprovado em 1º lugar no concurso. Passou pela Comarca de Sorriso (a 420 km da capital), onde ficou por mais de oito anos, e foi promovido para entrância especial em Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá), no ano de 2013. Ao longo dessa jornada, o juiz passou muitas madrugadas, fins de semana e feriados dedicados a escrever.
 
“O escritor tem que subtrair esse tempo do sono e da convivência familiar. É preciso muito comprometimento, força de vontade, dedicação e disciplina. Normalmente somos amigos das madrugadas e da solidão. Há sacrifício, não resta dúvida. Mas os frutos da produção literária são gratificantes, pois, ao ouvirmos elogios e agradecimento de leitores juristas, ao vermos citações de nossas obras em julgados, nos enchemos de orgulho”, destaca.
 
O primeiro livro de Wanderlei, ‘Direito Penal para provas e concursos’, foi lançado em 2001, quando ele ainda era delegado em Cuiabá. Atualmente está na 4ª edição e traz atualizações como a Lei do Feminicídio, publicada em março deste ano. Escrito no formato de perguntas e respostas, o livro tem grande aceitação entre os acadêmicos. A segunda obra, ‘Recursos Penais para exame de ordem’, e a terceira, ‘Temas de Direito Penal para provas e concursos’, também são destinadas ao mesmo público, formado por estudantes e concursandos.
 
O quarto livro, ‘Toga e Pelerine’, foi inspirado nos bastidores da eleição para a AML. Prefaciado pelo acadêmico e desembargador João Antônio Neto, o exemplar traz a trajetória do magistrado no ingresso à academia, o discurso de posse, poesias e homenagens recebidas na ocasião.
 
‘Diretoria de Foro e administração judiciária’ é o quinto título de autoria do juiz, no qual ele relata a experiência de ter sido diretor do fórum em Sorriso por seis anos. “O livro é o único no país a tratar desse tema, sendo de grande valia para os juízes substitutos que terão que exercer essa função logo ao chegarem no interior”, pontua. Wanderlei dos Reis dará aula aos 26 novos juízes de Mato Grosso sobre esse tema, em novembro, na Escola Superior de Magistratura (Esmagis).
 
A sexta e última obra de Wanderlei é ‘Tribunal do Júri – implicações da lei 11689/08’, publicada em abril de 2015. O livro apresenta a experiência do juiz como presidente de diversas sessões de julgamento em Chapada dos Guimarães. “É uma análise aprofundada do júri enquanto órgão genuíno e democrático de participação popular na administração da justiça, enfocando também as últimas alterações legislativas”, salienta.
 
E engana-se quem pensa que ele vai parar por aí. O sétimo livro, ‘Princípios constitucionais’, já está no forno e deve ser lançado até o fim deste ano. “Toda obra quando nasce tem uma história, um bastidor e uma importância. A cada publicação, seja de artigo ou de livro, a sensação é maravilhosa. Fazer isso é uma realização pessoal, a concretização de um sonho e de um projeto”, afirma o juiz.
 
Para Wanderlei, ser juiz escritor é algo muito especial. “Considero a magistratura mais que uma vocação, um verdadeiro sacerdócio, que nos propicia uma experiência inigualável assim como a literatura. Escrever também exige dedicação e sacrifícios pessoais em prol do projeto literário que, afinal, nunca acaba. Antes de encerrarmos um livro, já brotam ideias para outro, assim é a vida do escritor”, finaliza o magistrado com mais obras publicadas no Estado.
 
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Ana Luíza Anache
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