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25.07.2018 15:08

Dia do Escritor: história e sabedoria no TJMT
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No Dia do Escritor, comemorado no Brasil nesta quarta-feira (25 de julho), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso homenageia seus escritores destacando dois “Nomes da Casa" que representam essa paixão pelas palavras escritas e pensamentos registrados.
 
Próximos dos cem anos de vida, o desembargador aposentado João Antônio Neto, ex-presidente do TJ na década de 70 e membro da Academia Mato-grossense de Letras (AML) desde 1945, escreveu seu primeiro livro - “Vozes do Coração” - antes de completar 18 anos.
 
A obra, que reúne poemas que falam do amor de pai, amor de mãe e o amor entre irmãos, foi publicada no Colégio Salesiano São Gonçalo, em Cuiabá, onde estudava na época. Segundo ele, fruto da paixão pela literatura que adquiriu por influência da mãe, que o ensinou a ler aos seis anos.
 
Além da mãe, João Antônio conta que a escola foi outra grande influenciadora do hábito de leitura e aguçou ainda mais seu gosto pelas palavras. Desde então, não parou mais de escrever. Hoje se considera um “estudioso de tudo”, mas com maior interesse pela literatura, filosofia e história.
 
“Antigamente a gente tinha interesse muito maior pela literatura”, recordou o desembargador aposentado, lamentando-se do atual interesse financeiro que envolve as produções literárias no país.
 
Ele sabe que “o espírito do tempo é diferente” e “os escritores não são iguais aos de 20 anos atrás”, mas não entende nem as escolas por deixar de priorizar esses interesses como antigamente. Cabe agora aos pais, argumentou ele, a tarefa de estimular o hábito de leitura nessa nova geração.
 
João Antônio Neto coleciona em casa milhares de livros em sua biblioteca, que já ocupa três cômodos e que está à disposição dos cinco filhos, nove netos e bisnetos que geralmente gostam de consultar ou até ouvir as histórias que ele tem para contar.
 
“A gente tem que se adaptar às mudanças por mais difíceis e estranhas que elas sejam”, assinalou o escritor, ao dizer que não vê as novas tecnologias como inimigas da cultura: “não atrapalham, mas superam. A necessidade histórica exige uma apresentação intelectual diferente da que nósconhecíamos antes”.
 
O magistrado é autor de pelo menos 20 obras publicadas nos mais variados temas, incluindo o campo jurídico. Na história da magistratura, ainda foi fundador da Comarca de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), em 1959, e da Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT), em 1985.
 
Dentre suas publicações, constam títulos como “Banquete de Palavras”, “Revelação das Palavras”, “Palavras Grávidas”, “Palavras Mesmíssimas”, “Palavras Reversas”, “Palavras quase outros”.
 

O admirador – Comparado à experiência do desembargador aposentado, o professor Germano Aleixo Filho, assessor da Presidência do TJMT desde 2005, só está no começo da vida de escritor que é um caminho que teve início pelo acaso. Hoje ele sente que escrever é uma forma de dar “sua contribuição à sociedade”.
 
Conhecido especialista da Língua Portuguesa, o professor Germano citou um trecho do livro “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco, para explicar-se: “os livros não são feitos para acreditarmos neles, mas para serem submetidos a investigações”.
 
O professor ponderou que não existe autor isolado de uma coisa, mas sim que “somos reflexos de tudo que nos rodeia”. Assim, com base no que defendeu Eco, sustenta que “os escritores não se limitam a aquilo que os outros pensaram, mas acrescentam algumas coisas”.
 
Germano conta com três livretos publicados, além de duas produções acadêmicas. Em uma de suas obras, “Grandemente Simples, Simplesmente Grande”, de 2008, retrata a história do ex-arcebispo de Cuiabá Dom Aquino Corrêa, que escreveu por ocasião em que recebeu o título honorífico do Mérito Legislativo que leva o nome do religioso, um icônico personagem da história de Mato Grosso.
 
A história de Dom Aquino, revelou o professor e escritor, está inclusive presente no Judiciário mato-grossense. Ele conta que o crucifixo do plenário principal do TJ foi trazido pelo arcebispo que, na época, em seu discurso, elencou a ligação do Judiciário com a Pátria com palavras bonitas e ressaltou com extensa sabedoria as qualidades do magistrado.
 
O padre Pombo, que concorreu ao Governo com o ex-governador Júlio Campos, é o personagem do segundo livreto do professor: “Padre Raimundo Pombo – Gotas de Saudades”. A obra é reflexo da Carta Mortuária redigida para lembrar duas décadas da morte do “inesquecível padre”, que faleceu em 1996.
 
A terceira produção - “Redundâncias do Dia a Dia Forense” - traz as palavras e frases que repetimos de forma redundante, como “erário público” e “deferir favoravelmente”.
 
Dia do Escritor - No Brasil, o Dia do Escritor foi instituído na década de 60 pelos escritores Jorge Amado e João Peregrino no 1º Festival do Escritor Brasileiro, organizado pela União Brasileira de Escritores, no dia 25 de julho.
 
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Sílvia Devaux/Fotos: Tony Ribeiro (F5)
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