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Poder Judiciário de Mato Grosso

 
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04.10.2011 17:17

Defesa e acusação travam embate
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O promotor Dannilo Preti Vieira iniciou os debates lembrando a repercussão nacional e internacional do caso, que ficou conhecido como a “Chacina de Matupá”. Ele destacou que a barbárie foi divulgada inclusive pela CNN, a rede de TV mais conhecida do mundo. “Matupá não é só chacina, atrocidades. Tem gente de valor que merece destaque. É por isso que o Ministério Público pede a condenação dos acusados. O Ministério Público apenas quer justiça e não se vingar”, disse o promotor.
 
Durante o debate, o promotor se voltou para a viúva de Osvaldo José Bachinan, uma das vítimas da chacina, e falou: “Não vou passar a mão na cabeça de seu marido, que errou, mas vou falar das dificuldades que a senhora enfrentou para criar três filhos. A senhora que esperou por mais de 20 anos por este julgamento, que conseguiu passar por cima de sua dor, do sofrimento de sua família e está aqui hoje, pedindo justiça”.
 
O promotor ainda se dirigiu à defesa, aos colegas, e ao magistrado Tiago Souza de Abreu, presidente do Tribunal do Júri. “Agradeço ao empenho do juiz Tiago e peço para que continue atuando com responsabilidade e imparcialidade que lhe são peculiares“, destacou. Ao júri, salientou a responsabilidade dos cidadãos que foram selecionados para atuar no caso e afirmou que o momento para o município resgatar a credibilidade é agora.
 
Em seguida, a promotora Daniele Crema da Rocha fez uso da palavra para ressaltar alguns pontos do processo, que chega a sete volumes e 1.700 páginas. Ela enfatizou que entre as vítimas do assalto estavam uma mulher grávida e cinco crianças, e que estas foram mantidas pelos três assaltantes como reféns, que pediam dinheiro e armas. Um político e uma religiosa ajudaram nas negociações mediante a garantia de que os assaltantes teriam a integridade física assegurada.
 
Segundo a promotora, com a garantia da transferência para outro município, eles se renderam e foram levados em uma viatura da polícia ao aeroporto, de onde partiriam para Colíder, para serem ouvidos pela polícia. Eles estavam algemados, desarmados e foram retirados um a um do veículo, sendo determinado que corressem, quando foram desferidos vários tiros, sendo em seguida agredidos, e posteriormente queimados com requintes de forma bárbara. A promotora elencou momentos da chacina registrados na imagem, onde uma pessoa não identificada disse: “É a família Caione dando força“. Ressaltou ao júri momentos da frase proferida e de agressões sofridas pelas vítimas.
 
Houve discussão entre a defesa e o Ministério Público. O advogado Alexandre Gonçalves Pereira solicitou questão de ordem e interrompeu o embate da promotora Daniele Crema da Rocha. O juiz Tiago Souza de Abreu determinou o registro das observações efetuadas pela defesa. Nos próximos minutos a defesa inicia seu embate.
 
Não há previsão para o término do julgamento de três dos 18 acusados de envolvimento na Chacina de Matupá.
 
 
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